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PPS aciona Corregedoria da Câmara contra homem forte de Paes

Deputado Rodrigo Bethlem (PMDB) foi flagrado em conversas com a ex-mulher admitindo participar de esquema de desvio de recursos da prefeitura do Rio

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jul 2014, 16h37

O PPS anunciou que ingressará nesta terça-feira com uma representação na Corregedoria da Câmara dos Deputados contra Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). Na última sexta-feira, o site de VEJA revelou que Bethlem, homem forte do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, operava um esquema de corrupção dentro da prefeitura.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirma que a Câmara precisa “imediatamente apurar, e com rigor, a denúncia revelada pela imprensa e que contém farto material com vídeo e áudio apontando a suposta participação de um deputado federal no esquema de recebimento de propina”. A Corregedoria é responsável por avaliar casos de improbidade administrativa e pode solicitar a abertura de um processo de cassação do mandato por quebra do decoro parlamentar.

Gravações mostram Bethlem, que deixou a Secretaria de Governo da prefeitura para tentar se reeleger, em conversas com a ex-mulher, a ex-deputada federal Vanessa Felippe Bethlem, afirmando que recebe mensalmente propina da ONG Tesloo, contratada para administrar o cadastro único de programas sociais da prefeitura – usado para pagamento de programas como o Bolsa Família e o Cartão Família Carioca. “Eu tenho de receita em torno de 100.000 reais por mês”, afirma na gravação, explicando que do contrato retirava entre 65.000 e 70.000 reais por mês.

Um dia após o caso ser revelado, o prefeito Eduardo Paes anunciou uma auditoria para investigar irregularidades em todos os contratos fechados por Bethlem nas secretarias de Ordem Pública, de Assistência Social e de Governo, de 2009 a 2014. Em nota, Bethlem afirmou que as acusações são infundadas e que sua ex-mulher passava por um momento de “confusão mental”.

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Não é a primeira vez que o deputado Rodrigo Bethlem vê seu nome ligado a personagens de atividades nebulosas. Filho da atriz Maria Zilda Bethlem, foi subsecretário de Governo de Rosinha Garotinho em 2006. Na época, nomeou como seu assessor especial o bombeiro Cristiano Girão, miliciano da Zona Oeste do Rio de Janeiro, preso desde 2009. A relação de Bethlem com grupos de extermínio também foi alvo da CPI das Milícias da Asssembleia Legislativa do Rio em 2008. O deputado foi arrolado como testemunha de defesa de um homicídio de que eram acusados os irmãos Jerônimo e Natalino Guimarães, ex-vereador e ex-deputado estadual líderes da Liga da Justiça, o mais perigoso grupo paramilitar do Rio.

Durante a conversa gravada, a existência de outra mesada para complementar a renda acaba vindo à tona, desta vez relacionada a um contrato de fornecimento de lanches nas ONGs que prestam serviço na área social. Neste caso, o rendimento é menor – cerca de 15.000 reais, segundo afirmou o próprio deputado. “Até quando? “, pergunta Vanessa. “Até quando existir convênio”, responde Bethlem sem titubear. Fica acertado pelo casal, depois de alguns bate-bocas, o pagamento de cerca de 45.000 reais por mês para Vanessa. Bethlem explica na gravação que entregará um pouco menos da metade dos seus rendimentos porque precisará de dinheiro para reestruturar a sua vida. A ex-mulher aceita a oferta.

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