Planilha liga recursos do metrô de SP a agência de publicidade

Pagamentos de 2 milhões de reais aparecem em nome da GW Comunicação, empresa responsável pelas campanhas de Geraldo Alckmin e José Serra entre 2002 e 2012

Por Da redação
Atualizado em 25 abr 2017, 09h20 - Publicado em 25 abr 2017, 09h19

Greve metroviários: paralisações afetam ônibus e metrô — Recursos ligados a linha 2-Verde do metrô de São Paulo pagaram agência de publicidade ligado ao governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e José Serra (PSDB) (Danilo Fernandes/Brazil Photo Press/Folhapress)

O delator Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht, entregou aos investigadores um planilha na qual relaciona recursos da Linha 2-Verde do metrô de São Paulo a um pagamento de 2 milhões de reais para a GW Comunicação, empresa que foi do marqueteiro Luiz Gonzalez, responsável por campanhas dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin entre 2002 e 2012.

No documento entregue à Operação Lava Jato, Benedicto Júnior não detalhou a forma e os valores repassados à GW. O delator apenas informa que foram “localizados pagamentos para a empresa GW”. Entretanto, em um relatório produzido com base no material apreendido com o delator em uma das fases da Lava Jato, a Polícia Federal (PF) lista uma troca de e-mail entre o ex-executivo, Marcelo Odebrecht e Fabio Gandolfo, então diretor da empreiteira em São Paulo.

Com o título de DGI (sigla para propina, segundo a PF), a mensagem de 30 de agosto de 2004 aborda a programação de pagamento de 2 milhões de reais relacionados a obra da linha 2-Verde do metrô com as expressões “comunicação=GW”, “careca=amigo PN”.

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Segundo os delatores, “careca” e “amigo PN” são codinomes do senador José Serra – o último por conta da relação dele com o ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis, seu vizinho em São Paulo. Segundo a prestação de conta do tucano à Justiça Eleitoral, a GW recebeu 1,8 milhão de reais da campanha vitoriosa em 2004, quando ele foi eleito prefeito da capital. Procurada, a empresa disse que Gonzalez deixou a firma em 2013. Serra afirmou que não se manifestará sobre as revelações e Gonzalez não foi localizado para comentar o caso.

(Com Estadão Conteúdo)