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PF prende afilhado de Dirceu e executivos de empreiteiras

Operação foi deflagrada em cinco Estados e no DF. Renato Duque, indicado pelo ex-ministro para diretoria da Petrobras, foi preso no Rio

Por Rodrigo Rangel, de Brasília, e Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
14 nov 2014, 07h04

Atualizada às 17h50

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a sétima fase da Operação Lava Jato em cinco Estados e no Distrito Federal. Dos 27 mandados de prisão expedidos, dezessete foram cumpridos. Foram presos Renato Duque, apontado por delatores do petrolão como interlocutor do PT na Petrobras, além de executivos de empreiteiras investigadas por participação no esquema: Ricardo Pessoa, da UTC, José Ricardo Breghirolli e Agenor Franklin Medeiros, da OAS, e Erton Fonseca da Galvão Engenharia. Também são alvos de mandados de prisão José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da OAS, Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro Mário Negromonte, responsável pela entrega de dinheiro, e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema. “Todos os investigados que não foram localizados já foram registrados no sistema de procurados e estão impedidos de deixar o país”, informou o delegado da PF Igor Romario de Paula. Segundo ele, a inclusão desses nomes no alerta vermelho da Interpol está sendo providenciada.

A operação desta sexta se deu a partir da análise do material apreendido até aqui e dos depoimentos colhidos nas fases anteriores da investigação. Ao todo, foram expedidos 85 mandados: seis de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, além do DF. Outra empreiteira alvo da ação é a Camargo Correa. Como informa a coluna Radar, porém, nenhum executivo da empreiteira está entre os alvos dos mandados de prisão. Seis mandados de condução coercitiva já foram cumpridos.

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Indicado por José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil condenado no julgamento do mensalão, Duque ocupou entre os anos de 2003 e 2012 a diretoria de Serviços da Petrobras. Ele foi demitido no mesmo ano que Paulo Roberto Costa. A ordem de prisão de Duque foi decretada a partir de informações prestadas nos depoimentos de Paulo Roberto, do doleiro Alberto Youssef e dos empresários Augusto Mendonça e Júlio Camargo. De acordo com Costa, o PT ficava com a maior parte do rateio da propina e o responsável por captar esse dinheiro era João Vaccari Neto, tesoureiro do partido. Ainda segundo o ex-diretor da Petrobras, Vaccari negociava diretamente com Renato Duque. O ex-diretor da Petrobras foi preso em seu apartamento, na Barra da Tijuca. A prisão de Renato Duque é temporária – com duração de cinco dias, em princípio, a exemplo da primeira detenção do também ex-diretor Paulo Roberto Costa, em março passado.

Radar on-line: Operação vazou na quinta-feira para executivos de empreiteiras

A Justiça decretou o bloqueio de 720 milhões de reais em bens de 36 investigados. Dos mandados de busca, onze são cumpridos em grandes empresas, informa a PF. Também foi autorizado o bloqueio integral de valores de três empresas que pertencem a um dos operadores do megaesquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

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Empreiteiras – À PF, Costa revelou que a organização criminosa que operava na estatal era muito mais sofisticada do que parecia. Segundo ele, havia um cartel de grandes empreiteiras que escolhia as obras, decidia quem as executaria e fixava os preços. Era como se a companhia tivesse uma administração paraestatal. O ex-diretor listou oito empreiteiras envolvidas no cartel: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Iesa, Engevix, Mendes Junior e UTC – e os nomes de seus interlocutores em cada uma delas. As empreiteiras superfaturavam os custos e repassavam até 3% do valor dos contratos para os “agentes políticos”. No caso da diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, o dinheiro desviado era dividido entre o PT, o PMDB e o PP.

De acordo com as investigações, Costa e Youssef organizaram um esquema de desvio de recursos da estatal para enriquecimento próprio e para abastecer o bolso de políticos e partidos da base aliada. Isso era feito com a assinatura de contratos fictícios, simulando a prestação de serviços entre empresas de fachada e as empreiteiras envolvidas, sempre com a finalidade de dar aparência legítima ao dinheiro desviado. Como revelou VEJA, o ex-diretor Paulo Roberto Costa apontou pelo menos três governadores, um ministro, seis senadores, 25 deputados federais e três partidos políticos (PT, PMDB e PP) como beneficiados pelas verbas desviadas. Eles recebiam 3% de comissão sobre o valor de contratos da petrolífera, de acordo com os depoimentos de Costa prestados no acordo de delação premiada.

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