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Pezão e Odebrecht terão que explicar aquisição de joias

Transação envolvendo governador do Rio de Janeiro e sua esposa aparece em contabilidade apreendida na casa de executivo da Odebrecht

Por Leslie Leitão e Thiago Prado
Atualizado em 7 dez 2016, 15h43 - Publicado em 7 dez 2016, 13h20

O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão terá que explicar aos investigadores da operação Lava-Jato a sua relação com uma joalheria ligada ao executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa Silva Junior. Em fevereiro, a PF apreendeu na casa do empreiteiro dezenas de planilhas, extratos e anotações que contêm nomes seguidos de valores.

Nos papeis aparecem os nomes de Pezão, sua esposa Maria Lucia Horta Jardim, e Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral. Os valores registrados são: “R$ 3.000,00” na “conta jurídica” de Pezão e “R$ 5.800,00” para Adriana Ancelmo, “depósito (física)”. Pelas imagens divulgadas pela Polícia Federal, não é possível identificar exatamente o valor relacionado a Maria Lucia.

Os bilhetes encontrados com Benedicto Barbosa. (Arquivo VEJA)
Os bilhetes encontrados com Benedicto Barbosa. (Arquivo VEJA) ()

Em entrevista a VEJA, o governador disse que o casal é citado porque sua esposa fez compras na Blume Joias, loja da mulher de Benedicto Júnior, Ronimar Machado Mendes em sociedade com Verônica Vianna, mulher do ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes. “Elas tinham uma loja em um shopping, todo mundo sabia”, disse Pezão. A Lava-Jato, no entanto, quer saber se era uma prática constante a aquisição de joias na joalheria da esposa do executivo da Odebrecht. E os motivos que levaram as esposas de um empreiteiro e um secretário de saúde a abrir uma joalheria.

A sociedade entre as esposas de Cortes e Benedicto Junior foi aberta em junho de 2010. VEJA esteve no endereço da joalheria no shopping chamado Fórum Ipanema. Não encontrou ninguém no local e apurou que é raro alguém aparecer por lá atualmente.

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As sócias Ronimar Machado Mendes e Verõnica Vianna na inauguração da joalheria
As sócias Ronimar Machado Mendes e Verõnica Vianna na inauguração da joalheria (Arquivo Veja)

As joias de Pezão e sua esposa já haviam virado caso de polícia há quatro anos por outro motivo. Enquanto ambos viajavam, um ladrão arrombou o apartamento do casal, no Leblon, e fez a limpa em toda a coleção, em abril de 2012. Foram pelo menos 31 peças entre anéis de ouro de vários tipos, brincos, pulseiras (uma dela com esmeraldas), colares e cordões. O tamanho do prejuízo não foi estipulado. O inquérito segue tramitando entre a Polícia Civil e o Ministério Público. E até hoje os investigadores não tem pistas dos assaltantes.

No fim do mês passado, Pezão foi intimado pela Justiça para esclarecer o benefício fiscal dado este ano retroativo a 2013 para a joalheira Sara Joias. Segundo a juíza Fernanda Rosado de Souza, da 3ª Vara de Fazenda Pública, o governo do Rio descumpriu a liminar que vedou a concessão, ampliação ou a renovação de benefícios fiscais ou financeiros pelo Estado.

Benefícios fiscais dados para o setor de joias entraram na mira do MP desde a descoberta de que Cabral e Adriana Ancelmo gastaram cerca de 7 milhões de reais em dinheiro vivo para comprar joias – mapeadas até o momento, a maior parte delas nas joalherias H. Stern e Antonio Bernardo. Somente com um par de brincos de turmalina paraíba, com brilhantes, Cabral pagou 612 000 reais. A H. Stern só emitiu as notas fiscais de compras feitas por intermediários de Cabral no último dia 18, 24 horas depois da prisão do ex-governador.

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