‘Para mim tanto faz’, diz Barbosa sobre recursos de mensaleiros
Supremo Tribunal Federal começou a analisar os últimos recursos dos mensaleiros condenados pela Corte nesta quinta-feira
Relator do processo do mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse nesta quinta-feira não ter “interesse nenhum” na condenação ou absolvição de nenhum dos mensaleiros. Para ele, “tanto faz” se o plenário da Corte aceitar os não os chamados embargos infringentes, que podem reduzir as penas de alguns condenados pelo crime de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
“Não tenho interesse nenhum. Der o que der, para mim tanto faz”, disse Barbosa, simulando um gesto de indiferença com as mãos.
Saiba como foi, passo a passo, a sessão desta quinta do STF
Nesta quinta-feira, o STF entrou na reta final do julgamento do mensalão e começou a ouvir o Ministério Público e a defesa dos mensaleiros que apresentaram embargos infringentes. Ainda não houve a manifestação de nenhum ministro sobre a possibilidade de mensaleiros como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares se livrarem da condenação por formação de quadrilha ou sobre a revisão da penalidade imposta ao ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pelo crime de lavagem de dinheiro.
Em sua manifestação em plenário, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que o Supremo mantenha a condenação imposta a cinco mensaleiros pelo crime de formação de quadrilha. De acordo com o chefe do Ministério Público, ao contrário do que alegam as defesas dos condenados, a união de políticos, empresários e banqueiros não foi eventual, e sim formada para a prática de crimes.
Os recursos do trio que formou o núcleo operacional do mensalão – Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach – serão analisados na próxima quarta-feira, quando o relator Luiz Fux e os demais ministros devem decidir se livram ou não os mensaleiros do crime de formação de quadrilha. Na quinta-feira pela manhã, está agendada uma sessão extraordinária para ouvir os advogados dos mensaleiros que recorrem das condenações de lavagem de dinheiro.