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Padilha diz que ‘não se surpreende’ com debandada do PP

Petista tenta associar Paulo Skaf a governadores do passado e afirma que seu único adversário na campanha é o PSDB, de Geraldo Alckmin

Por Felipe Frazão 1 jul 2014, 17h57

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira não estar surpreso com a debandada do Partido Progressista (PP) para o candidato do PMDB, Paulo Skaf.

No fim do prazo da Justiça Eleitoral, uma movimentação comandada pelo deputado federal Paulo Maluf levou o PP para a aliança de Skaf e desidratou a candidatura petista. Há um mês, Padilha celebrava o apoio do PP, e posava para fotos abraçado e de mãos dadas com Maluf. A troca foi interpretada por caciques petistas como um gesto de “pragmatismo puro” de Maluf.

“Nada me surpreende na política”, disse Padilha, depois de reunião de seu conselho de campanha na capital paulista. “Respeitamos a decisão. As forças políticas que já governaram São Paulo resolveram se reunir em torno de outra candidatura. Isso faz parte da política.”

Os correligionários de Maluf cobravam uma coligação proporcional com o PT na chapa de deputados federais e estaduais, mas o PT não cedeu. Padilha terá como aliados apenas o PCdoB e o PR.

O petista também tentou vincular Skaf ao “passado”, ao afirmar que ele terá apoio de ex-governadores paulistas. Entre os aliados de Skaf, estão Fleury Filho (PMDB) e Cláudio Lembo (PSD), além de Maluf (PP).

“Os partidos acabaram definindo três campos na disputa eleitoral do Estado. Um campo de quem governa há vinte anos, com o atual governador, um campo que reúne os ex-governadores dos vinte anos anteriores, do final dos anos 1970 até 1994, e um campo que irá governar a partir de 2015 pela primeira vez”, disse Padilha.

O PT já havia iniciado uma guerra eleitoral contra PMDB por causa do slogan semelhante de Padilha e de Skaf. Ambos adotaram como mote a frase “mudança de verdade”.

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O petista se reafirmou como o candidato real da presidente Dilma no Estado – e disse que ela não será “escondida” na campanha. “Essa é a chapa que melhor expressa o sentimento de quem quer mudar de verdade o Estado de São Paulo e de defesa do governo da presidente Dilma e todo o período iniciado pelo presidente Lula”, afirmou Padilha.

Com apenas 3% de intenção de voto, o petista também tentou se colocar como o candidato que vai polarizar a eleição com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem 44% e tentará a reeleição. O peemedebista Paulo Skaf aparece em segundo, com 21%. Padilha afirmou que Alckmin é “seu único adversário”. “Nós vamos apresentar um projeto alternativo ao governo do PSDB. Esse é nosso foco. Nosso único adversário é o PSDB no Estado”, disse.

Padilha ainda apresentou nesta terça o sindicalista Nivaldo Santana (PCdoB) como candidato a vice-governador de sua chapa. A indicação de Santana não estava nos planos do PT e foi fruto de um ultimato do PCdoB à campanha.

Desde o ano passado, o PT desejava, declaradamente, formar a maior aliança partidária em torno de um candidato da legenda ao Palácio dos Bandeirantes. Não conseguiu. A coligação de Padilha terá apenas PT, PR e PCdoB, bem menor que as duas últimas de Aloizio Mercadante – o ministro da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff foi candidato derrotado ao governo paulista, em 2006 e 2010.

O ex-presidente Lula, fiador da candidatura de Padilha, chegou a declarar no fim do ano passado que a solução para o PT conseguir desalojar o PSDB do governador Geraldo Alckmin do Palácio dos Bandeirantes “não estava entre os partidos de esquerda”. Lula pregava que o PT buscasse aliados que ajudassem a quebrar a resistência ao partido no interior paulista, além, é claro, de aumentar o tempo de exposição de seu “terceiro poste” no horário eleitoral gratuito de televisão.

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Ex-deputado estadual por três mandatos, Nivaldo Santana é vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Servidor técnico da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), presidiu o Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo) e foi conselheiro do Corinthians.

Um de seus blogs na internet ainda registra uma crítica ao PT e ao ex-ministro da Casa Civil no governo Lula José Dirceu, condenado à prisão no julgamento do mensalão. Em 2006, Santana rechaçava argumentos do PT contra a cláusula de barreira, para limitar o acesso de partidos sem representação na Câmara dos Deputados a recursos do Fundo Partidário, exposição na TV e rateio de cargos no Legislativo. O sindicalista chamou Dirceu de “eminência parda do PT” e afirmou que, após o escândalo do mensalão, agia de forma pragmática e se distanciava da esquerda.

“Atrevo-me à dizer que o PT, depois de se meter em grande confusão no primeiro governo Lula e de deslocar-se programaticamente rumo ao centro político, teme que surja uma alternativa pela esquerda, capaz de polarizar e rivalizar com eles”, escreveu Santana à época. “Em vez de enfrentar esses desafios na legítima luta política pela hegemonia, prefere, ao que parece, apoiar-se em casuísmos pragmáticos e oportunistas, para não dizer reacionários, de limitar a liberdade partidária no Brasil.”

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