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Oposição quer convocar afilhado de Dirceu em CPI

CPI da Petrobras acumula quatro requerimentos para ouvir o ex-diretor preso nesta sexta-feira; governistas manobram para evitar convocação

Por Da Redação
14 nov 2014, 15h30

Desde que foi criada, em maio desde ano, a CPI Mista da Petrobras tenta convocar o ex-diretor de Serviços Renato Duque, preso nesta sexta-feira na sétima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Quatro requerimentos pedindo a audiência com o executivo foram apresentados, mas todos seguem sem votação graças a uma blindagem da maioria governista. Na última reunião da comissão de inquérito, a sessão foi encerrada mais cedo justamente para evitar a aprovação do pedido.

“A bancada do governo esvaziou a CPI para impedir a convocação do Duque. Agora mais do que nunca a CPI precisa chamá-lo”, defendeu o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE). “Ele foi preso e isso demonstra que estávamos no caminho certo”, continuou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que é membro da comissão.

Leia também: FHC diz se envergonhar com o que o PT fez com a Petrobras

Na última terça-feira, aliados do Palácio do Planalto esvaziaram a reunião da CPI, o que inviabiliza a votação de quaisquer requerimentos por falta de quórum. Deputado do governista PDT, o deputado Enio Bacci (RS) explicou a estratégia: ele contou ter ouvido “sete ou oito” pedidos de integrantes de seu partido e de outros parlamentares governistas para que não comparecesse à CPI – sob a ameaça de que seria destituído de seu lugar na comissão. “É revoltante a forma como isso ocorreu. Em vinte anos, é a primeira vez em que houve uma pressão tão escancarada para que eu não comparecesse a uma CPI”, disse durante a sessão.

Ainda que o movimento agora seja aumentar a pressão para que Duque compareça ao colegiado, a expectativa é que o executivo, se comparecer ao Congresso, permaneça mantenha em silêncio, a exemplo do que fez o ex-diretor Paulo Roberto Costa. “Isso dificulta um pouco o andamento da CPMI, porque ele também pode entrar na delação premiada e acaba impedido de falar o que poderia falar”, argumenta o deputado Izalci (PSDB-DF), também integrante do colegiado. “Pode ser que ele não fale.”

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“Não vamos deixar de convocar. Isso serve para a gente preparar a CPI da próxima legislatura”, diz Delgado. “Queremos aprovar tudo, mesmo que não dê tempo de apurar. Vamos ouvir todo mundo e o que não der tempo será usado na próxima CPI que será instalada”, acrescenta Izalci.

Durante evento em São Paulo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também comentou a nova fase da Operação Lava Jato: “As coisas estão chegando muito próximo dos mais altos dirigentes desse governo, e é preciso que essas investigações ocorram. O que posso assegurar é que tem muita gente em Brasília sem dormir nesses últimos dias, e continuará sem dormir”, afirmou. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o povo brasileiro sente “vergonha” de dizer o que está acontecendo no país. “Fui tesoureiro da associação pró-Petrobras. Não venham dizer que quando fizemos a quebra do monopólio era para privatizar a empresa. Não, era para evitar que ela caísse, como caiu, nas garras dos partidos desonestos. E que se transformasse no uso do dinheiro do povo para fins políticos/partidários”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

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