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Operador de campanhas petistas estava em avião que transportava dinheiro vivo

Benedito de Oliveira Neto, empresário beneficiado por contratos com o governo federal e financiador do "bunker" onde o comitê da campanha de Dilma Rousseff em 2010 se misturava com um núcleo de espionagem, era um dos ocupantes do avião em que a PF apreendeu 116.000 reais na noite desta terça-feira, em Brasília

Por Rodrigo Rangel e Daniel Pereira
8 out 2014, 13h05

Um conhecido colaborador de campanhas eleitorais petistas estava a bordo do avião no qual a Polícia Federal apreendeu, na noite desta terça-feira, 116.000 reais em dinheiro vivo no aeroporto de Brasília.

A aeronave foi abordada pelos agentes federais logo após pousar, vindo de Belo Horizonte. Uma denúncia anônima levou os policiais a fazerem o flagrante.

Os três ocupantes do avião, um turboélice registrado em nome de uma empresa de participações, foram levados até a Superintendência da PF em Brasília para prestar esclarecimentos.

Entre eles estava Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário de Brasília com negócios no governo federal e que ficou conhecido na campanha eleitoral de 2010 por bancar despesas do comitê eleitoral da então candidata petista Dilma Rousseff.

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Bené também patrocinou um grupo que operava na clandestinidade, dentro do comitê de campanha, para produzir dossiês contra o tucano José Serra, então adversário do PT.

Na época, o coordenador da campanha de Dilma Rousseff era o hoje governador eleito de Minas Gerais Fernando Pimentel.

Junto com Bené estava Marcier Trombiere Moreira, que deixou em julho deste ano o cargo de assessor especial do ministro das Cidades, Gilberto Occhi, para trabalhar na área de comunicação da campanha de Fernando Pimentel.

Amigo de petistas influentes, especialmente de Minas Gerais, Bené era um empresário pouco conhecido de Brasília. No governo do PT, ficou rico: de repente, suas empresas – a Gráfica Brasil e a Dialog Eventos – passaram a ganhar fortunas com contratos públicos. Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, as empresas faturaram 214 milhões de reais.

A Dialog chegou a ser proibida de contratar com o governo após a descoberta de uma série de irregularidades. Em muitos órgãos públicos, ela era contratada sem licitação. Auditorias oficiais concluíram que a empresa costumava receber pagamentos por serviços nunca prestados.

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A Gráfica Brasil, por sua vez, continuou firme e forte com seus negócios na máquina federal. Já no governo Dilma, recebeu 109,6 milhões.

Na campanha de 2010, Bené atuou com uma espécie de tesoureiro informal da campanha de Dilma. Cuidava das finanças e também da logística da estrutura montada em Brasília para servir à candidatura presidencial petista.

Até estourar o escândalo da espionagem, revelado por VEJA, Bené era o responsável por pagar as despesas de uma casa montada para servir à campanha. Também foi ele quem providenciou outros imóveis utilizados pelo comitê petista – incluindo a casa onde a então candidata Dilma Rousseff morou, no Lago Sul de Brasília, até ser eleita presidente.

Nas eleições deste ano, o empresário voltou à cena, só que mais discretamente. Bené auxiliou a campanha do petista Fernando Pimentel. Sempre nos bastidores. Ele transitava entre Brasília e Belo Horizonte. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a origem dom dinheiro.

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