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O cálculo de Cesar Maia para 2012

Ex-prefeito planeja concorrer à Câmara de Vereadores do Rio, lançar o filho, Rodrigo, para concorrer com Eduardo Paes e, com isso, tirar o DEM da UTI

Por Lucila Soares e Cecília Ritto
20 ago 2011, 15h21

“Chova ou faça sol, eu tenho 20% dos votos no Rio em eleição majoritária”

O ex-prefeito Cesar Maia é conhecido por sua paixão pelo jogo eleitoral. A cada eleição importante – do Brasil ou de qualquer outro país – ele se debruça sobre pesquisas, providencia séries históricas, faz cálculos e projeções. Neste momento, Cesar está debruçado sobre o ano de 2012, decisivo para seu próprio destino político, e o de seu partido, o DEM. O foco de atenção, naturalmente, é o Rio de Janeiro. Seu filho, Rodrigo Maia, será candidato a prefeito da cidade que governou por 12 anos, mas comandou de fato por 16, uma vez que ao fim do primeiro mandato elegeu seu vice, Luiz Paulo Conde. Ele próprio deve se candidatar a uma vaga na Câmara dos Vereadores, num movimento cercado de cálculos – políticos e matemáticos.

A equação mais fácil é a matemática. “Chova ou faça sol, eu tenho 20% dos votos (cerca de 700 mil) no Rio em eleição majoritária”, diz Cesar, stimando que na proporcional é possível trabalhar com metade disso – o que tornaria a empreitada altamente vantajosa para o combalido DEM: com 350 mil votos, ele carregaria consigo outros quatro vereadores. A decisão final de Cesar depende de pesquisas, mas o orgulho com que expõe suas chances matemáticas deixa claro que, se o problema se resumisse a números, ele não teria dúvida alguma sobre esse assunto.

O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ)
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) (VEJA)

Fora da matemática, a equação ganha variáveis que tornam os cálculos mais complexos. O ex-prefeito justifica sua decisão de não disputar a prefeitura pela necessidade de passar o bastão aos jovens políticos (Rodrigo tem 41 anos). “A geração de 1968 tem que entender que deve sair de campo. Juventude é uma qualidade”, diz. Ao mesmo tempo, ele sabe que seu filho, deputado federal que cumpre o quarto mandato, é muito mais conhecido nos corredores do Congresso Nacional do que no Rio de Janeiro. Mesmo se não tivesse de enfrentar a máquina destinada a reeleger o prefeito Eduardo Paes, que tem o apoio também dos governos estadual e federal, Rodrigo teria minguadas chances de fazer frente ao adversário. Cesar sabe disso. “Se Garotinho e eu estivéssemos no páreo, o Eduardo não teria chance”, diz.

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O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho
O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (VEJA)

Os dois caciques estarão fora da disputa, mas comandando uma boa e decisiva parte do tabuleiro. O Rio de Janeiro é o estado mais importante para a aliança entre o DEM e o PR, e todos os esforços serão feitos para não dar vitória fácil a Eduardo Paes e para ganhar o maior número de prefeituras possível no interior. Representantes dos dois partidos têm mantido reuniões frequentes para discutir a divisão dos 92 municípios fluminenses.

Na capital, o cenário mais provável hoje é a reeleição de Paes. E aí a Câmara ganha dimensão estratégica nos cálculos do ex-prefeito. Em 2012, faltarão dois anos para a Copa e quatro para os Jogos Olímpicos do Rio. A condição de vereador com 16 anos de experiência administrativa na prefeitura do Rio lhe garante um palanque privilegiado, e de repercussão nacional, para exercer uma fiscalização implacável sobre o andamento das obras, as execuções orçamentárias e todas as rubricas envolvidas nos preparativos para os dois eventos. Seria o fim do ostracismo em que Cesar se encontra desde o fim de seu último mandato.

É um ostracismo relativo, e muito confortável. O ex-prefeito está muito bem instalado em um escritório magnífico – uma casa cercada de Mata Atlântica, e com uma vista espetacular do Rio de Janeiro. Ali ele lê, escreve seu ex-blog, e recebe para conversas. E sente saudade do poder. Faz graça, conta que perdeu a noção do tempo (“não sei se saí da prefeitura há dois ou há quatro anos”), diz que sua vida se divide em antes e depois de si mesmo (na prefeitura). E brilha os olhos quando explica os motivos de sua candidatura. “O vereador poderá defender a cidade e os jogos. Os políticos do Rio cumprirão papel fundamental de alertar para o atraso das obras”, afirma Cesar. “Com o mandato, ganhamos visibilidade e dados da prefeitura”, conclui.

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