Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Natural que os poderosos reajam’, diz Deltan sobre Lula

Procurador que coordena as investigações da Operação Lava Jato afirmou ontem que o ex-presidente era o "comandante" do petrolão

Por Da redação
Atualizado em 19 set 2016, 15h08 - Publicado em 15 set 2016, 21h29

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou nesta quinta-feira que “é natural que pessoas investigadas reajam” – numa referência aos ataques do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra os procuradores na tarde de hoje. O petista foi denunciado ontem por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, de que ele nega ser dono. Além de Lula, a mulher dele, Marisa Letícia, e outros seis investigados são alvo da acusação por suposto envolvimento no esquema Petrobras de propinas.

“É natural que essas pessoas investigadas reajam. E quando essas pessoas são poderosas econômica e politicamente as reações tomam vulto. Não nos surpreendemos, encaramos com naturalidade”, disse Deltan, durante o evento “Semana da Democracia” realizado na tarde desta quinta-feira, em Curitiba, base da força-tarefa da Lava Jato. O procurador falou sobre o projeto 10 Medidas contra a Corrupção, iniciativa do Ministério Público Federal que ele defende vigorosamente.

LEIA TAMBÉM:
Lula e Dilma controlavam arrecadação de propinas, diz delator
Denunciado, Lula se faz de vítima. E nada explica sobre acusações

Ontem, o procurador classificou Lula como “comandante máximo do esquema de corrupção” instalado na Petrobras. Ele e outros procuradores da força-tarefa deram entrevista coletiva a dezenas de jornalistas, inclusive do exterior, com uso de power point – expediente que rendeu críticas de aliados de Lula nas redes.

Dallagnol relembrou que esse modo de divulgação da acusação contra investigados já foi adotado em outros “momentos decisivos e transformadores da Lava Jato”, ao longo de seus dois anos e meio de existência.

Continua após a publicidade

Sobre os questionamentos que tem ouvido e lido, de que não teria apontado provas contra o petista, o procurador reportou-se à sétima fase, deflagrada em novembro de 2014, que levou à cadeia o primeiro grupo de empreiteiros acusados de liderar o cartel que corrompia agentes públicos e políticos. E lembrou, ainda, da 14ª etapa, Erga Omnes, em junho de 2015, que alcançou a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, as duas maiores construtoras do país.

“Na 14ª fase chegamos a duas das maiores empreiteiras. No mesmo dia uma dessas empresas fez uma (entrevista) coletiva afirmando que não tínhamos mais do que indícios e presunções”, disse Deltan, numa alusão direta à estratégia de defesa de Lula que questiona o rol probatório da Lava Jato na denúncia contra o ex-presidente.

“Falamos em presunções, embora tivéssemos provas que consistiam nos depósitos pelas empreiteiras no exterior nas contas de funcionários públicos corrompidos”, destacou o procurador, para quem o diagnóstico da Lava Jato é “perturbador”.

Segundo o coordenador das investigações da Lava Jato, o esquema “mostrou-se muito mais amplo, envolvendo outras estatais como a Eletrobrás e o Ministério do Planejamento”.

Continua após a publicidade

Ele rechaçou argumento reiterado de aliados de Lula sobre uma suposta motivação político-partidária da acusação. Disse que mais de trezentos investigadores estão mobilizados para as investigações. “Somos treze procuradores, cinquenta técnicos do Ministério Público Federal, quarenta auditores da Receita e equipes numerosas da Polícia Federal, todos concursados e sem qualquer histórico de vida político-partidária. Todos fazem parte dessa ‘conspiração’?”, ironizou.

No início da palestra, Deltan arrancou aplausos e gargalhadas da plateia, ao ironizar a repercussão sobre o uso de power point na coletiva da quarta-feira, quando foi anunciada a denúncia formal contra Lula. “Vou decepcionar vocês porque não vou falar (sobre a denúncia), nem vou usar nenhum slide aqui’.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.