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Mulher de Lula buscou pessoalmente as chaves do triplex no Guarujá

Embora alegue que ainda não decidiu sequer se manterá o imóvel, Dona Marisa integrou grupo de condôminos que retiraram as chaves com OAS, diz jornal

Por Da Redação
17 dez 2014, 09h06

Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula, buscou pessoalmente as chaves do triplex na praia de Asturias, no Guarujá. É o que informaram moradores e funcionários do condomínio ao jornal O Globo. A entrega foi feita em 5 de junho pela construtora OAS. Em nota divulgada na sexta-feira passada, o Instituto Lula afirmava que Marisa ainda não havia decidido se manteria o apartamento ou pediria ressarcimento do valor investido no imóvel.

O imóvel foi comprado por meio da Bancoop (a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), acusada de irregularidades e de deixar mais de 3 mil associados sem receber seus apartamentos. O condomínio foi construído pela OAS, uma das empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga pagamento de propina a partidos políticos por meio de contratos com a Petrobras. Segundo reportagem de O Globo, o apartamento foi entregue em dezembro de 2013, mas as obras de acabamento terminaram apenas na semana retrasada.

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“Todos pegamos as chaves no dia 5 de junho, inclusive dona Marisa”, afirmou ao jornal Lenir de Almeida Marques, casada com Heitor Gushiken, primo do ex-ministro de Lula Luiz Gushiken, morto no ano passado.

A construção do edifício de Lula só terminou porque a empreiteira OAS foi contratada por João Vaccari Neto, presidente da Bancoop até 2010 e atual tesoureiro do partido, para concluir o projeto, que estava parado assim como a maior parte das obras financiadas pela cooperativa. Para que o empreendimento fosse concluído, cada morador teve que pagar um adicional de 120.000 reais.

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Segundo uma imobiliária local ouvida pelo Globo, o apartamento de 297 metros quadrados, à beira-mar, é avaliado entre 1,5 e 1,8 milhão de reais. Ele conta com um elevador privativo que serve os três andares do apartamento. Na declaração de bens do ex-presidente em 2006, quando disputou a reeleição, ele confirmou ter pago naquele ano 47.695,38 reais à Bancoop pelo imóvel.

Enquanto o imóvel de Lula está pronto para ser habitado, mais de três mil famílias associadas à Bancoop não tiveram a mesma sorte. A cooperativa dos bancários lançou 57 empreendimentos, sendo que 18 foram descontinuados – do restante, 14 ficaram inacabados. A Bancoop foi fundada em 1996 e tinha o ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff, Ricardo Berzoini, como diretor técnico, e João Vaccari Neto como diretor do conselho fiscal.

Em 2010, reportagem de VEJA revelou que o Ministério Público quebrou o sigilo da Bancoop e descobriu que seus dirigentes lesaram milhares de associados, ao que tudo indica para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002. Pessoas ligadas ao PT sacaram ao menos 31 milhões de reais na boca do caixa. Houve, ainda, quebra de sigilo das contas de Vaccari.

Os promotores descobriram que, na gestão do ex-tesoureiro do PT, empresas fantasmas foram criadas para interceptar parte dos 460 milhões de reais captados pela cooperativa ao longo dos anos. Segundo o promotor José Roberto Blat, a cooperativa deu um prejuízo aos 8.000 associados de pelo menos 100 milhões de reais. Quebrada, a cooperativa deixou uma dívida total avaliada em 86 milhões de reais.

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