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MPF rastreia dinheiro desviado da Petrobras no exterior

Dois delatores admitiram pagamento de mais de 30 milhões de reais em propinas a Renato Duque em contas no Uruguai e na Suíça

Por Daniel Haidar, de Curitiba
14 nov 2014, 18h48

Os executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto, delatores do núcleo empresarial investigado na Operação Lava Jato, relataram em depoimentos que pagaram mais de 30 milhões de reais em propinas ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso nesta sexta-feira, e a um subordinado dele, Pedro Barusco, que era gerente de serviços.

Os pagamentos de propina eram exigidos como condição para que a estatal assinasse contratos com empreiteiras do cartel investigado na operação, de acordo com os delatores. Foram denunciadas propinas em contratos da Refinaria de Paulínea (Replan), do Gasoduto Urucu-Manaus, do Terminal Cabiúnas 3, da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e no Projeto Cabiúnas 2.

Camargo e Mendonça Neto chegaram a indicar, nos depoimentos, os bancos no exterior em que os pagamentos eram feitos. De acordo com eles, foram feitas transferências para os bancos Cramer e Credit Suisse, na Suíça, e o banco Winterbothan, no Uruguai. O Ministério Público Federal já requisitou em pedidos de cooperação internacional que os países confirmem a circulação de dinheiro de Duque e do subordinado, com o objetivo de recuperar o dinheiro. Em relatório, o Ministério Público Federal destaca ainda que Barusco teve recentemente 20 milhões de dólares apreendidos administrativamente na Suíça.

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O caminho do pagamento de propinas, providenciado pelos delatores na maioria das vezes, foi descrito com detalhes, que sinalizam desvio de recursos em diferentes projetos da Petrobras. Em contratos da Repar, por exemplo, o consórcio Interpar contratou a empresa Auguri Empreendimentos, uma das firmas mantidas por Camargo, e o dinheiro seguiu para contas do exterior de Duque e Barusco.

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O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também utilizava contas na Suíça para receber propina. Mas, em função do acordo de delação premiada, pelo qual prestou depoimentos com o objetivo de elucidar crimes em troca de penas mais brandas, teve de abrir mão dos recursos como punição.

Agora, uma série de políticos teme eventual delação premiada de Duque, indicado unicamente pelo PT – mais precisamente pelo ex-ministro José Dirceu.

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