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MP denuncia Ronan Maria Pinto e Gim Argello na Lava Jato

Denúncias se baseiam na 27ª e na 28ª fases da Lava Jato. Também foram denunciados a Sergio Moro os empreiteiros Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e Ricardo Pessoa, e os mensaleiros Delúbio Soares e Marcos Valério

Por Da Redação 6 Maio 2016, 14h45

A força-tarefa do Ministério Público Federal que conduz a Operação Lava Jato apresentou nesta sexta-feira duas novas denúncias ao juiz Sergio Moro. As acusações são baseadas nas apurações da 27ª fase da operação, a Carbono 14, e a 28ª fase, batizada de Vitória de Pirro. Entre os denunciados estão o empresário Ronan Maria Pinto, preso na Carbono 14, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), detido na Vitória de Pirro, e os empreiteiros Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia. Condenados no julgamento do mensalão, em 2012, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o operador do esquema, Marcos Valério Fernandes de Souza, também foram denunciados no petrolão.

Deflagrada em abril, a 28ª fase da Operação Lava Jato prendeu Gim Argello por suspeitas de que ele teria negociado e intermediado pagamento de propina de empreiteiras envolvidas no petrolão a partidos políticos para que empreiteiros não fossem convocados a prestar esclarecimentos em duas CPIs criadas para investigar irregularidades na Petrobras. Os assessores de Gim Paulo César Roxo Ramos e Valério Neves, também foram denunciados hoje pelo MPF.

Revelada nas delações premiadas de Ricardo Pessoa e Walmir Pinheiro, ex-executivo da UTC, a versão para a atuação do ex-senador na CPI mista da Petrobras foi corroborada na colaboração premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido -MS), que, além de Argello, envolveu no esquema o presidente da CPMI, Vital do Rêgo – hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) -, e o relator, deputado federal Marco Maia (PT-RS). Como os dois têm direito a foro privilegiado, ao contrário de Gim, a PGR pediu ao STF abertura de um inquérito contra Vital e Marco Maia.

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Na coletiva de imprensa em que o MPF detalhou a denúncia, o procurador Athayde Ribeiro da Costa afirmou que “Gim Argello usou a CPI como um balcão de negócios de interesses espúrios”, enquanto o chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, classificou o caso do ex-senador como “corrupção para proteger a corrupção, uma espécie de corrupção ao quadrado”.

Além do ex-senador, seus assessores e os empreiteiros, os procuradores da Lava Jato também denunciaram pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e obstrução à investigação: Jorge Afonso Argello Junior, filho de Gim Argello, os ex-executivos da OAS Roberto Zardi Ferreira e Dilson de Cerqueira Paiva Filho, Walmir Santana e Claudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht.

Sobre o esquema investigado na Operação Carbono 14, que distribuiu parte do dinheiro proveniente do empréstimo fraudulento de cerca de 12 milhões de reais contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai no Banco Schahin, Dallagnol aponta “uma série de atos de lavagem de dinheiro”. Empresário do ramo de transportes de Santo André (SP), Ronan Maria Pinto foi o destinatário final de metade do dinheiro, que ele usou para comprar ações do jornal Diário do Grande ABC. Ele é pontado pelo operador do mensalão Marcos Valério como detentor de segredos sobre um esquema de corrupção em Santo André e o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT). No despacho em que autorizou a deflagração da Carbono 14, Sergio Moro afirmou que “é possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave”.

O empréstimo nunca foi quitado por Bumlai, amigo íntimo do ex-presidente Lula, e acabou compensado, de acordo com as investigações da Lava Jato, por um contrato de 1,6 bilhão de dólares entre a empreiteira Schahin e a Petrobras para operação do navio-sonda Vitória 10.000.

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Entre os denunciados da Carbono 14 estão, além de Ronan Maria Pinto, o ex-diretor do Banco Schahin Sandro Tordin, o operador do mensalão Marcos Valério, o operador de propinas Enivaldo Quadrado, o corretor Luiz Carlos Casante, o jornalista Breno Altman, os empresários Natalino Bertin e Oswaldo Rodrigues Vieira Filho, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

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Embora também tenha sido preso na 27ª fase da Operação Lava Jato, o ex-secretário geral do PT Silvio Pereira, o Silvinho Land Rover, não foi denunciado pelo Ministério Público Federal. O procurador Diogo Castor de Mattos afimou, no entanto, que “há fortes indícios” da participação dele no esquema, que segue investigada em sigilo.

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Ressaltando as denúncias contra mensaleiros no petrolão, Deltan Dallagnol disse que há no país uma “inundação de corrupção e a sensação é que usamos baldes para tirar a água”. Para ele, “precisamos de uma reação institucional, que sejam construídas barragens e muros: reforma da Justiça e política”.

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