Ministro Mauro Lopes assume SAC e defende avanço do impeachment
'É o mesmo que a Justiça, ela não pode ser cerceada. Qualquer problema tem que ser apurado', afirmou peemedebista
O novo ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes, que desafiou a convenção nacional do PMDB e tomou posse nesta quinta-feira deve ter que se explicar por mais um motivo. Mauro Lopes defendeu, após a cerimônia no Palácio do Planalto, o avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. O governo e o PT tentam barrar a denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente.
Questionado se era favorável ao prosseguimento do processo de impeachment, Lopes respondeu: “É legal. Tem que dar. Não pode ter impedimento. É o mesmo que a Justiça, ela não pode ser cerceada. Qualquer problema tem que ser apurado”.
LEIA TAMBÉM:
Justiça suspende posse de Lula na Casa Civil
Lopes foi pressionado e ameaçado de expulsão, caso assumisse o cargo, pela ala peemedebista favorável ao impeachment da presidente. No sábado, eles conseguiram aprovar uma moção que vetava que filiados ao PMDB aceitassem cargos no governo federal por até trinta dias. A bancada cobra o desembarque do governo e acusa Dilma de cooptação.
Deputado federal licenciado, Mauro Lopes afirmou que respeita decisões da Executiva Nacional. “São momentos de emoção que ocorrem, algumas falas mais exaltadas que depois se chega na conciliação. Tem divergências, mas existe respeito às decisões da Executiva. Qualquer decisão dentro do partido tem que passar pela Executiva.”
Ele afirmou que recebeu mais manifestações favoráveis a que assumisse a Secretaria da Aviação Civil e que na véspera cerca de quarenta deputados foram a sua casa prestar apoio. Lopes diz que a ala mais radical do PMDB “é pequena” e transfere conflitos regionais com o PT para o comando nacional do partido.
Os ministros do PMDB compareceram à cerimônia, ao contrário da maior parte dos parlamentares da legenda e dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL). Mauro Lopes disse que a ausência dos deputados foi motivada pela montagem da comissão especial do impeachment na Câmara, que terá cinco peemedebistas indicados pelo líder Leonardo Picciani (RJ), aliado do Planalto, e três pelos favoráveis ao afastamento de Dilma.
“O PMDB é o partido da governabilidade, o partido que nas horas difíceis do país sempre ajudou, com equilíbrio, a trilhar o bom caminho para o Brasil”, disse Lopes.