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‘Meu passado petista não será um peso’, diz Molon

O candidato a prefeito do Rio pela Rede é a grande aposta de Marina Silva para estabelecer uma base de poder

Por Luisa Bustamante e Thiago Prado
Atualizado em 23 set 2016, 18h34 - Publicado em 15 set 2016, 19h04

O deputado federal Alessandro Molon, 41 anos, rompeu com o PT, legenda que o abrigou por quinze anos, e decidiu ingressar na Rede de Marina Silva. Não acredita que os laços petistas tão recentes serão um freio para seu crescimento – que ainda não veio. Molon patina entre 1% e 3% nas pesquisas de opinião. Na briga pela prefeitura carioca na ala da esquerda, que conta ainda com o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e a deputada federal Jandira Feghali (PC do B), ele acha que tem um trunfo: “Sou menos radical e tenho visão mais moderna”, afirmou em entrevista a VEJA. Abaixo, os principais trechos.

O rompimento recente com o PT, partido com o qual o senhor é até hoje identificado, não pode soar oportunista neste momento? Não acredito. Acho que minha saída do PT está bem explicada. Fiz o que pude. Em um Congresso do partido, em 2015, levei uma carta assinada por 35 deputados federais. Dizia que era preciso fazer uma autocrítica. O documento não foi sequer votado.

Qual é o peso de Marina Silva em sua campanha? Enorme. Saio com a Marina nas ruas e ela causa emoção nas pessoas. Claro que isso me dá uma abertura, querem conhecer o candidato dela.

Marina tem planos de voltar ao Rio durante a campanha? Estou brigando por isso, mas enfrento a pressão do Brasil inteiro. Todos querem caminhar com ela.

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Marina defendeu o impeachment de Dilma; o senhor foi contra. Isso confunde o eleitor? Não. Na Rede há posições diferentes sobre o tema, o que é saudável, desde que seja tratado com transparência para o eleitor entender.

Por que foi contra o impeachment? Sou professor de direito e não vejo no processo crime de responsabilidade.

E sobre a ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral, pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2014, como se posiciona? Se tiver dinheiro proveniente de corrupção no financiamento da chapa, ela tem que ser cassada, sim. Nesse caso, sou a favor de novas eleições.

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Como a sua candidatura a prefeito se distingue das outras duas também à esquerda no Rio? Tenho visão mais moderna, avançada e atualizada.

Poderia ser mais específico? Não acredito em Estado onipresente e aprovo parcerias entre poder público e empreendedores. Outra diferença é sobre as alianças. Para governar, é preciso fazê-las com forças políticas para além da esquerda. Sou o menos radical de todos à esquerda.

Por que critica a gestão Eduardo Paes? Falta a esse governo transparência e participação. O Rio é hoje o 16º colocado entre capitais no ranking do Ministério Público Federal que mede transparência. Os dados da prefeitura precisam ser abertos. Isso dificulta os desvios. Também acho que o prefeito não ouve ninguém.

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Freixo tem usado essas mesmas palavras – transparência e participação – em sua campanha.
Fico feliz em saber que ele tem usado nosso mote.

Aprovou a Olimpíada? Não teria feito o Parque Olímpico na Barra da Tijuca. Em Londres, ele foi construído no lugar mais pobre da cidade, para revitalizar a região. Acho que a escolha da Barra é uma obsessão do Eduardo Paes. Vai ver que é porque ele perdeu ali na eleição de 2008 e nunca conseguiu aceitar.

Seu tom não é muito crítico para um evento que despertou a simpatia do mundo todo? Coloco aqui o que faria diferente. Olhe o Porto Maravilha. Falta gente morando ali. É possível construir 100 000 moradias no Porto.

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Não seria esse justamente um bom exemplo de revitalização na cidade? Não acho. Revitalizar para valer significa dar vida ao lugar, e as regras municipais dificultaram a moradia na região.

O sistema de transporte público quintuplicou sua capacidade. Isso não é bom? Em tese, sim, mas precisa melhorar a operação dos ônibus, sempre lotados e quebrados. Outra coisa: a prefeitura mexeu nas linhas da cidade. Não encontrei até agora nada que justifique o porquê da mudança. O estudo foi feito pelas empresas de ônibus. E as empresas de ônibus fizeram pensando em que?

Alguma insinuação de que ela foi motivada por razões pouco republicanas? Não posso falar sobre o que não sei.

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O que o senhor vai fazer em relação à polêmica da Uber? Vou regulamentar o serviço, para garantir a qualidade e a segurança dos passageiros. Essa história de proibir, defendida pelo Pedro Paulo (candidato de Paes), é demagogia. Ele está falando isso para enganar os taxistas.

Os sindicalistas da área de educação fizeram várias greves em que repudiam o sistema que premia escolas por seu bom desempenho. O senhor gosta da ideia? Não sou a favor da meritocracia neste caso. Mérito é quando você bota duas pessoas para saírem de uma corrida do mesmo ponto de partida.

*Participaram da entrevista Cecília Ritto, Leslie Leitão, Maria Clara Vieira e Monica Weinberg

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