Mendes acusa Ministério Público de fazer investigação clandestina
Diretor da Polícia Federal relata que agentes foram orientados por procuradores a buscar provas contra ministro do Supremo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fez uma grave denúncia na edição de VEJA desta semana. Segundo o magistrado, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, relatou que, durante as buscas e apreensões realizadas ao longo da Operação Patmos em um endereço do senador Aécio Neves (PSDB), os agentes foram orientados por procuradores da República a identificarem provas que pudessem incriminar Gilmar Mendes. Incomodado, Gilmar Mendes, que não é alvo de uma investigação formal, acionou a ministra presidente do STF, Cármen Lúcia. “Isso é coisa de gângsteres, de quem pensa que é possível implantar um estado policial no país”, disse Gilmar a VEJA.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou as acusações feitas por Gilmar Mendes — e disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que as buscas “não extrapolaram o escopo da investigação”. Janot e Gilmar têm uma relação bélica. Recentemente, o procurador-geral da República pediu que o ministro deixasse a relatoria de um caso envolvendo o empresário Eike Batista, porque a esposa de Gilmar, Guiomar Mendes, trabalha no escritório de advocacia que defende o ex-bilionário. O ministro rebateu Janot, dizendo que a ação reproduzia “o voluntarismo e a ousadia, estimulados por qualquer tipo de embriaguez, cegueira ou puro despreparo”. Procurada, a Polícia Federal se limitou a dizer que “não há investigação contra o ministro no órgão”. A ministra Cármen Lúcia preferiu não se pronunciar.
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