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Marta Suplicy: “Eu não poderia dizer não a Lula e a Dilma”

Senadora oficializa que desistiu da candidatura em 2012 à prefeitura de São Paulo e deixa o caminho livre para Fernando Haddad disputar pelo PT

Por Adriana Caitano
3 nov 2011, 15h22

A senadora Marta Suplicy confirmou nesta quinta-feira que desistiu de se candidatar à Prefeitura de São Paulo. O pedido foi feito diretamente pela presidente Dilma Rousseff. “Eu fiquei muito sensibilizada com o apelo da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Queria muito voltar a ser prefeita, mas nesse momento nem poderia nem tenho vontade de dizer não a eles, era um pedido irrecusável”, disse Marta. Com a decisão, a senadora deixa o caminho livre para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o mais cotado para ser o representante do PT na disputa.

O anúncio foi feito na sede do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, com a presença do presidente da legenda, Rui Falcão, e do vereador e presidente do Diretório Municipal de São Paulo, Antonio Donato. “A prévia é uma coisa muito difícil, principalmente com uma pessoa combativa como eu. Não importa quem ganhasse, o partido sairia absolutamente rachado, sem unidade”, disse Marta. Amargurada por ter de desistir da disputa, ela ressaltou que não abriu mão da candidatura com gosto. “Eu queria muito voltar a ser prefeita da minha cidade, recomeçar o que eu queria e não consegui fazer”, disparou.

A senadora não quis se manifestar a favor de algum dos outros pré-candidatos – Haddad, o senador Eduardo Suplicy e os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini. “Vou me resguardar para esperar o processo terminar. Depois vou para a luta, do lado de quem for escolhido. E vou para ganhar”, afirmou. Segundo ela, não houve nenhuma negociação com algum dos colegas, mas interlocutores de Haddad afirmam que ele deve procurá-la o quanto antes.

Marta disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em tratamento contra o câncer de laringe recém-descoberto, foi o primeiro a saber de sua decisão. “Liguei para ele hoje de manhã. Ele está muito bem, falou que não aguenta mais ficar em casa e pediu para marcarmos um almoço”, comentou. Ela negou que Dilma tenha lhe oferecido cargos em troca da desistência. “Nunca entraria numa conversa entre nós duas algo desse tipo”, desconversou. “Agora vou pensar no partido, vou continuar meu trabalho no Senado, onde estou bem como vice-presidente, e ajudando Dilma”.

A ex-prefeita de São Paulo foi pressionada a abandonar a batalha por falta de apoio no próprio partido. Marta estava cada vez mais isolada, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou Haddad como seu candidato oficial. Com Lula doente, Dilma assumiu a missão de fazer o apelo à senadora. A estratégia escolhida foi a de massagear o ego da senadora. Na conversa, a presidente ressaltou a importância que Marta pode ter no Senado, dando-lhe a responsabilidade de cuidar dos temas do governo no Congresso.

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Prévias – A cúpula da legenda já resistia à realização de prévias, por considerar que elas criam uma imagem de ruptura interna. Com a decisão de Marta, espera-se que os demais interessados em disputar a vaga sigam seu exemplo. “Para o PT, o melhor é ter um candidato forte que a gente possa recuperar a prefeitura em 2012”, destacou o presidente nacional da legenda, Rui Falcão.

Ele evitou confirmar que o ministro da Educação seja o predileto de todo o partido, mas deu sinais de que a prévia é praticamente desnecessária diante da decisão de Marta Suplicy. “Quem reúne a maioria no partido hoje é o Haddad, mas não podemos antecipar isso sem saber como a militância vai se comportar”, comentou. Perguntado se os demais pré-candidatos deveriam abandonar a disputa, o presidente do diretório municipal, Antonio Donato, mandou um recado: “A decisão é deles, mas é evidente que a saída da senadora Marta cria um fato novo e uma reflexão de todos, imagino”.

Para conseguir participar das prévias marcadas para o dia 27 de novembro, todos os aspirantes a candidatos pelo partido precisam apresentar o registro à direção nacional com cerca de 3.000 assinaturas de filiados até a próxima segunda-feira. Por enquanto, somente Zarattini registrou a pré-candidatura. De acordo com interlocutores de Haddad, o ministro já tem mais de 13.000 assinaturas e deve chegar a 15.000.

Já Suplicy tem tido dificuldades para conseguir o número mínimo de apoiadores. Desde o início da semana, ele tem divulgado o telefone de seu gabinete e da própria casa pelo Twitter pedindo a adesão de petistas da capital paulista. “Filiado, quero a sua assinatura pelo direito de participar da prévia”, insiste.

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