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Marinheiro diz que iate era usado só por Sérgio Cabral

Embarcação está em nome do ex-assessor Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, preso na Operação Calicute

Por Da redação
23 nov 2016, 10h02

O marinheiro Francisco José Sidney de Oliveira contou à Polícia Federal que o iate “Manhattan”, de 75 pés, era usado pela família do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, segundo a edição desta quarta-feira do jornal O Globo. A informação reforça a convicção dos investigadores de que a embarcação pertence a Cabral, preso na quinta-feira passada na Operação Calicute.

Oficialmente, o iate está em nome da MPG Participações, de Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, ex-assessor de Cabral e também preso na ação. Ele é acusado de ser um dos laranjas do ex-governador. A prisão temporária de Gonçalves foi prolongada por mais cinco dias por decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele está em Bangu 8.

De acordo com o jornal, Oliveira afirmou que, por causa do tamanho, o iate ficava ancorado no Marina Verolme, em Mangaratiba, e se deslocava até o condomínio Portobello (onde a família de Cabral tem casa), quando o ex-governador o acionava pelo telefone. As ligações eram feitas por Cabral diretamente ao marinheiro, sem passar por Paulo Fernando, segundo o depoimento.

O funcionário do condomínio Portobello, Alessandro Neves Lopes, confirmou a frequente presença da embarcação no cais do ex-governador e acrescentou que, além do iate, Cabral tinha um jetsky e uma embarcação de pequeno porte. A lancha “Manhattan”, antiga “Queen Helen”, foi comprada pela MPG Participações, por 5 milhões de reais, em setembro de 2007, primeiro ano do governo Cabral, segundo documento registrado em cartório marítimo. As investigações da PF encontraram também um helicóptero, prefixo PP-MOE, registrado em nome da empresa. A aeronave foi vendida em setembro de 2015 para uma empresa situada em Delaware, nos Estados Unidos.

A relação de Cabral com seu ex-assessor é antiga. Paulo Fernando foi o responsável por devolver o anel de brilhantes de 800 mil reais, presente de aniversário da então primeira-dama Adriana Ancelmo, a Fernando Cavendish, em 2012, após o ex-governador romper a amizade com o empreiteiro. Em 2011, Cabral passou um período no apartamento do ex-assessor, localizado na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, após se separar de Adriana temporariamente.

Também saiu em nome de Paulo Fernando uma Ford Ranger 2007, placa KXG 0628, que Cavendish deu para Cabral em março de 2007, meses depois da posse do governador.

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O escritório Fragoso Advogados, que defende Paulo Fernando, informou que nenhum marinheiro de nome Francisco José Sidney de Oliveira “trabalha ou trabalhou nos cuidados da lancha Manhattan, de propriedade de Paulo Marcio Possas Gonçalves, pai de Paulo Fernando Magalhães Pinto, desde que foi adquirida”. Segundo nota, a embarcação “é de uso de Paulo Marcio e de sua família e fica permanentemente ancorada na marina Verolme, em Angra dos Reis, e não em Mangaratiba. Pode ter sido emprestada a Cabral em raras ocasiões e de forma absolutamente esporádica, como a outros amigos”. Os advogados de Cabral informaram que não é o momento de se manifestar.

Abatido e ainda sem receber visitas de parentes, o ex-governador completa nesta quinta-feira uma semana de prisão na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8. Até agora, seus encontros periódicos são apenas com advogados. Após um período sem deixar a cela, Cabral passou a cumprir a mesma rotina de presidiário que seus companheiros de cárcere, 133 ao todo.

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Segundo o jornal, Cabral tem conversado pouco até mesmo com os velhos companheiros de governo e integrantes do mesmo esquema de corrupção que desviou 224 milhões de reais dos cofres público, segundo a Operação Calicute. O ex-assessor Paulo Fernando Magalhães; os operadores Carlos Emanuel Miranda, o Carlinhos, e José Orlando Rabelo; o ex-secretário de Obras Hudson Braga; e Luiz Paulo Reis, apontado como laranja de Braga, são na mesma cela que o ex-governador.

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