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Marcelo Odebrecht: governo do PT insistiu em projeto fracassado

Empreiteiro conta como os governos Lula e Dilma forçaram a Odebrecht a participar do "inviável" projeto de construção de sondas para a Petrobras

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 abr 2017, 17h30 - Publicado em 12 abr 2017, 15h18

O empresário Marcelo Odebrecht contou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff forçaram a empresa a participar de um projeto considerado fracassado, a nacionalização da construção de sondas para a Petrobras. Odebrecht diz que, ao mesmo tempo em que era forçado a pagar propinas para o PT, tinha que gerenciar as pressões dos dois ex-presidentes quanto aos rumos estratégicos da empresa.

O empreiteiro contou que tentou explicar a Dilma que não havia possibilidade de nacionalizar 60% do conteúdo de fabricação de sondas no Brasil. Segundo ele, Dilma ficou chateada e disse que não tinha nenhum sentido a Petrobras fazer uma licitação para as sondas e todas serem compradas no exterior. Dilma também retransmitia a Odebrecht as reclamações de Lula. “A Dilma uma vez me deu maior bronca, porque o Lula foi lá, no estaleiro, visitar Suape, e Eduardo Campos [então governador de Pernambuco] comentou com ele que a Odebrecht estaria indo para lá. Ele falou: “pô, você quer tudo, você já tem o estaleiro.”

O empresário tentou explicar a Dilma que a Coréia do Sul, que fazia a maior parte das sondas do mundo, tinha um índice de nacionalização de 30%. “O Brasil queria produzir uma sonda com 60% de conteúdo brasileiro, coisa de maluco”, afirmou ele a Moro. “Claramente os preços aqui não eram viáveis.” “Vieram com o modelo Sete Brasil, que eu nunca entendi”, afirmou Marcelo.

Marcelo confirmou que o PT pediu “contrapartida” para a construção das sondas, mas que a Odebrecht não teria concordado em pagar o que o partido pediu. Era tanta pressão para pagar propina que o empresário se confundiu para explicar tantos personagens. “Esse pedido eu tinha entendido que veio através do Vaccari para o Márcio, mas parece que veio através do Barusco para o Rogério. Não ficou claro para mim”, disse, ao tentar explicar um dos casos. O volume de propinas para o partido, além do acesso aos negócios da Petrobras, dependia dos empréstimos oficiais. As negociações de interesse do PT e de Lula eram sempre feitas por intermédio dos ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci. “A gente sempre usava o Palocci para pressionar o Guido”, disse Odebrecht.

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