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Lula rechaça ‘antipolítica’ em discurso na Bahia

Em meio a caravana pelo Nordeste, ex-presidente participou de Festival da Juventude de Cruz das Almas nesta sexta-feira

Por João Pedroso de Campos, de Cruz das Almas (BA)
18 ago 2017, 19h39

Em mais uma parada de sua caravana pelo Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou nesta sexta-feira o discurso da antipolítica, que ganhou força após a Operação Lava Jato e tem como principal expoente o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), autodeclarado “gestor”, e não político. O tucano é um possível adversário do petista nas eleições presidenciais de 2018.

“Eu disse uma vez quando jovem uma coisa que vocês nunca devem dizer: ‘Eu não gosto de política e não gosto de quem gosta de política’. Eu achava o máximo, o pessoal da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] me aplaudia”, aconselhou Lula na cidade de Cruz das Almas (BA), a 150 quilômetros de Salvador, onde participou do Festival da Juventude, organizado pela gestão do prefeito Orlandinho (PT).

O ex-presidente classificou como “desinformados” aqueles que acreditam que “todo político é ladrão e bandido”. No entanto, ao recomendar que os jovens “saiam do armário” e entrem na vida política, Lula lembrou uma declaração que deu em 1992, de que no “Congresso há 300 picaretas”, e afirmou que atualmente “deve ter mais”.

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“O Congresso não é uma coisa que vem do além, que vem de Marte. O Congresso representa o seu comportamento no dia da eleição. Às vezes você xinga o político de ladrão e nem lembra que votou nele”, disse o ex-presidente.

Comparação com Tiradentes

O ex-presidente queixou-se de que “o Brasil tem preconceito contra o sucesso das pessoas” e por isso o país não tem “heróis”. A única exceção, em sua opinião, é Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, ao qual o petista se comparou – assim como fez ontem, em discurso em Salvador.

“Cem anos depois eu estou vendo agora essa perseguição que a esquerda está sofrendo, que eu estou sofrendo e penso: será que é por minha causa? Acho que é pelo fato de a gente ter conseguido fazer pela primeira vez que o povo mais pobre possa ter direitos”, declarou Lula.

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‘Pode apagar as luzes’

Além do ex-presidente, também discursaram no Festival da Juventude de Cruz das Almas o secretário de Desenvolvimento da Bahia e ex-governador baiano, Jaques Wagner, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o prefeito da cidade, Orlandinho.

À plateia formada sobretudo por jovens, Wagner rememorou o início de sua militância política, no Rio de Janeiro, durante a ditadura, e Lindbergh lembrou a atuação como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e líder dos caras pintadas, grupo que se tornou símbolo do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, em 1992.

Já Orlandinho introduziu sua participação explicando que não vê problemas no fato de Lula, apresentado ali como mero “palestrante”, exaltar as realizações de seus governos em um evento da prefeitura, financiado, portanto, com dinheiro público. “Se falarem que é dinheiro público, podem apagar as luzes [do palco] e deixamos só o microfone. Se ainda reclamarem, fazemos uma vaquinha”, disse o prefeito.

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Após sua participação no Festival da Juventude de Cruz das Almas, a caravana do ex-presidente seguiu rumo a São Francisco do Conde (BA), onde ele participará de uma solenidade na Câmara local na noite desta sexta.

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