O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também falou, em depoimento à Polícia Federal no dia 4 de março, sobre o ex-deputado do PP e mensaleiro Pedro Corrêa, que assinou o mais recente acordo de colaboração premiada da Operação Lava Jato. Os delegados da Polícia Federal queriam saber se Corrêa participou da nomeação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, responsável pelo propinoduto do Partido Progressista na estatal. A evasiva de Lula foi a de sempre: “Eu não sei, querido, não sei”, disse. “Esse Pedro Corrêa era um cidadão que usava… Ele tinha um ditado que dizia o seguinte ‘quem usa terno branco, sapato branco e [óculos] Ray-Ban não fica bem na oposição’. Esse cidadão era pernambucano, eu tive o prazer de ver ele uma vez, numa reunião de líderes, dentro do Palácio do Planalto, para discutir as medidas provisórias de interesse do governo.” Lula declarou que não conheceu o ex-deputado do PP José Janene, morto em 2010, um dos mais implicados no petrolão. “Eu não sei se foi bom ou se foi ruim, mas não conheci o Janene”, disse. A delação de Corrêa, porém, desmente o ex-presidente. Como revelou VEJA, o ex-deputado disse aos investigadores que participou de uma reunião no Planalto, com a presença de Lula, para indicar Paulo Roberto Costa à Diretoria de Abastecimento – ele viria a ser chamado pelo petista de “Paulinho”. O novo delator trata a reunião entre Lula e a bancada do PP como o nascedouro do petrolão. (Felipe Frazão, de Brasília)