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Lindbergh Farias, agora do lado derrotado do impeachment

Um dos últimos defensores de Dilma foi, em 1992, líder do movimento cara-pintada contra o ex-presidente Collor

Por Thiago Bronzatto, de Brasília
Atualizado em 10 dez 2018, 10h46 - Publicado em 12 Maio 2016, 08h30

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos poucos defensores da ex-presidente Dilma Rousseff, saiu do plenário do Senado por volta das 7 horas desta quinta-feira. Caminhou com pressa, falando no celular, em direção ao seu gabinete. Dizia estar exaurido. Aparentava estar desconsolado. Tudo o que ele queria, após mais de 20 horas de sessão, era tomar um banho e lavar o rosto para acordar. Acordar para uma realidade diferente daquela vivida por ele em 1992, quando liderou o movimento cara-pintada durante o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Naquela época, Lindbergh estava do lado vencedor. Hoje, saiu derrotado, com o placar final de 55 senadores favoráveis ao afastamento de Dilma da presidência – e 22 contra. Lindbergh votou contra o impeachment. Collor, hoje senador por Alagoas e que conhece como ninguém o impeachment, votou a favor. E ainda disse que alertou Dilma: “Não foi por falta de aviso”. Para Collor, a presidente deveria ter reconhecido os seus erros antes de chegar a esse desfecho dramático. Lindbergh, porém, discorda. Em entrevista a VEJA, logo após a votação do impeachment, questionou: “Quem é Collor para dar conselho a Dilma?” (assista ao vídeo abaixo).

https://www.youtube.com/watch?v=JTo-yey6XYg

Collor, segundo o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, delator na Lava Jato, foi sócio de Dilma e do ex-presidente Lula na BR Distribuidora, subsidiária da maior estatal do país. Em troca de apoio político no Congresso ao governo do PT, ganhou a ascendência sobre a companhia para mandar e desmandar, sem qualquer intervenção do Planalto. E deu no que deu. Collor hoje é investigado na Lava Jato, acusado, entre outras coisas, de ter desviado um dinheirão da BR Distribuidora. Lindbergh também se tornou alvo do escândalo do petrolão. Ele é suspeito de ter recebido 2 milhões de reais em sua campanha de 2010, oriundos de empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras. Essa doação foi intermediada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal e um dos principais delatores da Lava-Jato. Lindbergh e Collor, personagens antagônicos em dois processos de impeachment, hoje concordam apenas num ponto: negam que tenham cometido qualquer irregularidade. Assim como os ex-presidente Lula e Dilma.

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