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Lava Jato: Moro manda soltar secretária que cuidava dos ‘acarajés quentinhos’ da Odebrecht

Maria Lúcia Guimarães Tavares foi presa na 23ª fase da operação, batizada justamente em alusão à iguaria baiana

Por Da Redação
2 mar 2016, 18h18

O juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, autorizou nesta quarta-feira a soltura de Maria Lúcia Guimarães Tavares, secretária de Marcelo Odebrecht apontada como responsável pela contabilidade paralela do empreiteiro. Ela foi presa temporariamente na 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada Acarajé, no dia 22. Em petição a Moro, a Polícia Federal não pediu a prorrogação da prisão, mas sugeriu a imposição de medidas cautelares, como a entrega do passaporte. Maria Lúcia é apontada como responsável pelo repasse de propina – ou “acarajés quentinhos”, na gíria dos executivos para o dinheiro sujo.

A 23ª fase da Operação Lava Jato trouxe à tona mais indícios do envolvimento de Marcelo Odebrecht no escândalo do petrolão e escancarou o pagamento de propina do conglomerado no exterior. Documentos em posse da força-tarefa do Ministério Público comprovam que existia uma planilha de pagamentos ilícitos feitos pela Odebrecht, com destinatários como “Feira”, uma referência ao marqueteiro João Santana, e JD, em alusão ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Encarregada de gerenciar a planilha, Maria Lúcia Tavares se saiu com uma explicação nada convincente para as menções a acarajés nos e-mails trocados entre os executivos da Odebrecht Hilberto Mascarenhas e Roberto Prisco Ramos, com cópia para ela: de que se tratava, literalmente, da iguaria baiana.

“Apesar da aparente gravidade dos fatos em apuração, não somente manutenção de conta no exterior, mas corrupção, lavagem de dinheiro além de possíveis fraudes em financiamento político partidário, é certo que Maria Lúcia teria uma função subordinada no suposto esquema criminoso, sendo talvez desproporcional, neste momento, a decretação da preventiva”, afirma Moro no despacho.

Segundo os investigadores, novas evidências mostram que Marcelo Odebrecht detinha o controle do caixa de propina do grupo e conhecimento amplo do uso de offshores para o depósito de dinheiro a corruptos. Na 23ª fase da Lava Jato, as suspeitas são de que Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares, que já foram ligados ao Grupo Odebrecht, e Fernando Miggliaccio da Silva atuavam nos pagamentos no exterior por ordem da companhia. Os dois últimos teriam sido retirados do país após buscas e apreensões na Odebrecht em junho de 2015, data da fase da operação que levou o herdeiro do Grupo Odebrecht para a cadeia.

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