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Irmã de Aécio pediu R$ 40 mi por ‘apartamento para a mãe’

Andrea Neves foi presa nesta quinta-feira por ordem do ministro Edson Fachin

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 Maio 2017, 19h47 - Publicado em 19 Maio 2017, 18h35

Presa preventivamente nesta quinta-feira em Belo Horizonte, a jornalista Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), pediu 40 milhões de reais ao empresário Joesley Batista, delator da Operação Lava-Jato. A justificativa dada por Andrea, disse o delator, era a de que o dinheiro era o valor que deveria ser pago pelo apartamento da mãe, no Rio de Janeiro.

A transação para o futuro repasse de dinheiro envolveu também Aécio, que, conforme depoimentos da delação de Joesley Batista, teria afirmado que, no caso de emplacar Aldemir Bendine na presidência da companhia Vale, o próprio Bendine “resolveria o problema dos 40 milhões pedidos por Andrea Neves”.

Aécio disse, na sequência, que já tinha indicado outra pessoa e depois ofereceu a Joesley a escolha de uma de quatro diretorias da Vale. Depois o senador pediu que o empresário esquecesse o assunto dos 40 milhões de reais.

Aldemir Bendine foi presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, e já apareceu na delação premiada da Odebrecht. Segundo os delatores Marcelo Odebrecht e Fernando Santos Reis, entre 2014 e 2015 o ex-presidente do BB e da Petrobras pediu “vantagem indevida” para atuar em nome dos interesses da Odebrecht Ambiental. Em outra ocasião, delatores detalharam que o dinheiro que deveria ser pago seria equivalente a 1% da dívida alongada da Odebrecht Ambiental perante o Banco do Brasil e serviria para “permitir” a renegociação de um débito da empresa junto à instituição financeira.

Na delação de Joesley Batista, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário se declarou como “o maior doador de Aécio Neves” e afirmou que doou caixa dois para a campanha do tucano. Ele revelou ainda que, mesmo depois da campanha, vendeu um imóvel superfaturado por 17 milhões de reais a um pessoa indicada por Aécio para que, na transação, o dinheiro pudesse chegar ao tucano.

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Ao Ministério Público, o dono da JBS também detalha o apetite de Aécio Neves ao pedir recursos. Ele relatou que em 2016, o senador pediu 5 milhões de reais extras, mas Joesley disse não ter dado o dinheiro. Com as investigações da Operação Sepsis, que investigou um esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), Joesley acendeu o sinal de alerta e passou orientações aos subordinados para interromper a distribuiçãode de dinheiro a políticos.

Também em depoimento de delação, o diretor de Relações Institucionais da holding J&F Ricardo Saud afirmou que o grupo JBS “comprou” dívidas de Aécio Neves com terceiros. Embora o tucano tenha recebido cerca de 80 milhões de reais para a campanha, “ele continuou pedindo mais dinheiro”.

Advogado – Nos depoimentos de delação premiada, Joesley Batista também relata que a jornalista Andrea Neves disse a Joesley que a operação de simulação de pagamento de honorários advocatícios para justificar um repasse de 2 milhões de reais “daria errado”, mas a irmã do senador disse que “precisava era mascarar e dar de legalidade ao que fizeram em 2014 para a campanha”. Ao final, ficou acertado que o valor seria pago em 4 parcelas.

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