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FHC: ‘Não sou candidato e especulações atrapalham o país’

Ex-presidente começou a ser apontado nos bastidores como uma alternativa a Michel Temer, caso ele não termine o mandato até 2018

Por Da redação
12 dez 2016, 09h51

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que, apesar das especulações, ele não volta à presidência da República. O nome do sociólogo, de 85 anos, começou a ser apontado como uma alternativa, caso Michel Temer seja afastado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou até mesmo por um processo de impeachment do Congresso.

“Qualquer especulação sobre eu, eventualmente, ser presidente, só vai atrapalhar. Vai diminuir a confiança. E eu não sou dessa posição”, disse Fernando Henrique em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, divulgada nesta segunda-feira. “Ouvi outro dia o presidente Lula dizer que eu estou trabalhando para ser presidente… É porque ele não me conhece. Ele é candidato permanente. Eu não sou. Eu sou preocupado com o Brasil. Acho que essa hipótese foi levantada e que ela não é boa para o país”, afirmou.

A respeito de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter mantido Renan Calheiros no comando do Senado, Fernando Henrique disse que a decisão “não é tão simples assim”. “Acho que vários erraram [não só o ministro Marco Aurélio, que deferiu a liminar que afastou Renan da presidência da Casa]. Ou que, diante das circunstâncias, tiveram posições que não são razoáveis. Por quê? Qual o problema maior que estava em jogo? Pode um ministro do Supremo derrubar um presidente de outro poder? E também: pode o outro poder manter alguém que é réu?”, questionou. “Quando a Câmara, o próprio Senado, tem um comando que é réu, cabe a ele mesmo tomar providências. Mesmo já tendo saído da linha sucessória presidencial, dizer: ‘Você não tem condições para continuar dirigindo os trabalhos’.”

Sobre os brasileiros que saíram às ruas contra o senador, o ex-presidente disse que um juiz “não pode ouvir só a rua”. “A rua é importante, mas também tem a lei, tem a institucionalidade, o longo prazo. Num momento de ânimos acirrados, como nós estamos, as pessoas não pensam”, afirmou.

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Para Fernando Henrique, contudo, a democracia, não está ameaçada. “Esse processo todo, na verdade, tem demonstrado que os poderes estão funcionando. Há trinta anos, estaríamos nessa altura discutindo ‘qual era o general’. E nós estamos discutindo ‘qual o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal’.”

Lava Jato

Questionado sobre as apurações da Operação Lava Jato que envolvem o PSDB, o ex-presidente fez uma série de indagações. “Pelo que vi até agora, são alegações de dinheiro para campanha. Quem recebeu? Quanto? Foi o candidato? O comitê? Um intermediário?”, perguntou. Para ele, é preciso ver “o que é veracidade”. “Tem que separar, examinar. Por enquanto não dá para dizer que as pessoas praticaram um crime. É um processo longo. Isso é que leva o Brasil a viver essa angústia em relação aos políticos. Não é o PSDB, que é dos menos atingidos”, disse na conversa – que ocorreu na quinta-feira passada, antes da divulgação da delação premiada da Odebrecht, que atingiu Temer e o PMDB.

E continuou: “O decisivo é como a opinião pública vai receber. De que maneira absorverá. Ela sabe separar? Sabe o que é caixa um, caixa dois, caixa três, o que é diretamente corrupção?”.

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