Executivo do “Acarajé” queria fazer peregrinação em Roma
O juiz Sérgio Moro, porém, negou o pedido do executivo da Odebrecht, apontado como distribuidor de propinas no escândalo da Petrobras
A proximidade do fechamento de acordo de delação premiada dos executivos da Odebrecht com o Ministério Público Federal levou o juiz Sérgio Moro a negar pedido do executivo da Odebrecht Roberto Prisco Paraíso Ramos para viajar a Roma. A Polícia Federal investiga o empresário, que usava em suas correspondências a palavra ‘acarajé’ como senha para entrega de dinheiro que seria ilícito no esquema do petrolão.
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“Acarajé” foi o nome dado pela Polícia Federal para a operação que levou para à prisão os publicitários Mônica e João Santana. Roberto Prisco Ramos foi preso temporariamente em março passado e, depois de libertado, teve o passaporte recolhido por determinação da Justiça. O executivo pediu ao juiz a autorização para deixar o país, segundo sua defesa, porque ele e a esposa viajam todos os anos a Roma, na Itália, para participar dos chamados “Anos Santos”, que incluem na programação a peregrinação “Portas Santas”.
A justificativa apresentada pela defesa do executivo foi a seguinte: “Dada a importância do referido compromisso religioso para este casal – uma tradição de mais de 40 anos – Roberto Ramos vem requerer a Vossa Excelência permissão para realizar a referida viagem de peregrinação na companhia de sua esposa, permanecendo no exterior por, no máximo, 25 dias”.
Em sua decisão, o juiz Sérgio Moro considerou que “a permanência do investigado no Brasil no momento é necessária para eventuais esclarecimentos já que há notícias de negociação de alguma espécie de acordo entre o MPF e executivos da Odebrecht”.