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Escândalo dos aloprados: oposição se articula para cobrar explicações de Aloizio Mercadante ao Congresso

PSDB quer convocar o ministro para depor em umas das comissões da Câmara

Por Da Redação
20 jun 2011, 07h38

A oposição se articula para cobrar do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, explicações a respeito de seu envolvimento no escândalo dos aloprados. Nesta segunda-feira, o PSDB vai pedir a convocação de Mercadante a uma das comissões da Câmara dos Deputados. Reportagem de VEJA desta semana revela que o ministro foi o principal mentor da fabricação de um falso dossiê contra o tucano José Serra, em 2006.

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Em entrevista a VEJA, o bancário Expedito Veloso, petista envolvido na compra do dossiê, admite que Mercadante encomendou o material, em conluio com o ex-governador Orestes Quércia. Nas investigações sobre o caso, a PF colheu 51 depoimentos, realizou 28 diligências, ordenou cinco prisões temporárias, quebrou o sigilo bancário e telefônico dos envolvidos, mas não chegou a lugar algum. VEJA teve acesso às gravações de conversas de Veloso, atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal. Procurado pela reportagem, ele confirmou o teor das conversas.

“Sem dúvida, é um fato novo de um assunto que causou enorme constrangimento e prejuízo eleitoral para nós”, afirmou ao site de VEJA o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP). “Fomos acusados injustamente de que aquele foi um dossiê fajuto. No entanto, esse fato materialmente consistente pode nos permitir chegar à verdade”. No domingo, Nogueira afirmou que pedirá a convocação de Mercadante à Casa.

Além disso, os tucanos pretendem ingressar com uma representação no Ministério Público Federal para pedir a reabertura do caso. O bancário Veloso também será convidado a prestar esclarecimentos na Câmara. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), diz que as afirmações de Expedito precisam ser investigadas: “A Justiça deveria valer-se desse depoimento. É um fato gravíssimo que deveria ser esclarecido”, analisa.

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O caso – Em 2006, às vésperas do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal prendeu em um hotel de São Paulo petistas carregando uma mala com 1,7 milhão de reais. O dinheiro seria usado para a compra de documentos falsos que ligariam o tucano José Serra, candidato ao governo paulista, a um esquema de fraudes no Ministério da Saúde. O episódio ficou conhecido com escândalo do Dossiê dos Aloprados.

VEJA demonstra que o mentor e principal beneficiário da farsa foi o ex-senador e atual ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante. Não é a primeira vez que o nome do ministro surge na investigação. A PF chegou a indiciá-lo por considerar que era o único beneficiado pelo esquema. Mas a acusação acabou anulada por falta de provas. “Agora surgem elementos mais do que concretos para esclarecer de uma vez por todas a verdade sobre o caso”, diz a reportagem.

Em seu “desabafo”, Expedito conta que o ministro e o PT apostavam que a estratégia de envolver Serra num escândalo lhes garantiria os votos necessários para que Mercadante conquistasse o governado de São Paulo. Ele explica ainda que a compra do dossiê foi financiada por dinheiro do caixa dois da campanha petista e ainda, de maneira inusitada, pelo então candidato do PMDB ao governo paulista, Orestes Quércia. “Os dois (Mercadante e Quércia) fizeram essa parceria, inclusive financeira”, revela o bancário. “Parte vinha do PT de São Paulo. A mais significativa que eu sei era do Quércia.” Tratava-se de um pacto. “Em caso de vitória do PT, ele (Quércia) ficaria com um naco do governo.” Procurado por VEJA, o ministro Mercadante não quis comentar o episódio.

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