Eleitores querem um melhor transporte público
Levantamento nas redes sociais mostra que a sensação de insegurança e a reforma do ensino médio também entraram na pauta
A uma semana do primeiro turno das eleições municipais, as redes sociais, blogs e fóruns na internet fornecem uma luz aos candidatos que tentam atrair eleitores na reta final. Crescem a cada dia menções às mazelas do transporte público nas capitais brasileiras, sobretudo o mau humor com o trânsito. O levantamento, feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas, examinou a situação em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.
O Rio de Janeiro contabilizou 15 000 referências ao assunto entre os dias 15 e 22 de setembro, debate que ganhou estatura com o fim dos idílicos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A linha 4 do metrô, que liga a Zona Sul à Barra da Tijuca, foi aberta a todos os cariocas (antes a entrada era ofertada apenas a quem tinha ingresso para o evento) — e aí mais gente pode experimentar os novos vagões e opinar. A maioria criticou o preço das passagens e a integração com outros transportes.
Na semana em que foi anunciada a reforma no ensino médio, com mudanças que rompem com o velho modelo, a começar pela flexibilização de metade do currículo, o tema educação voltou a dominar o debate nacional. O termo “ensino médio” bombou: os ansiosos procuravam obter informações na internet para as dúvidas que pairavam depois do anúncio federal.
Segurança pública continua em alta web. Mais de 50% das postagens foram sobre a sensação de insegurança nas cidades observadas. Puxou o tráfego de mensagens o caso do coronel reformado da Polícia Militar Pedro Chavarry Duarte, de 62 anos, preso sob a acusação de estupro de vulnerável e corrupção. Ele foi flagrado em um carro com uma menina de 2 anos, nua, no complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. O horror repercutiu.