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Eleições em Goiânia: uma disputa entre caciques e xerifes

Crescentes índices de criminalidade tornam a segurança pública um dos principais temas do pleito municipal

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2016, 17h30 - Publicado em 23 ago 2016, 12h50

A disputa pela prefeitura de Goiânia ganhará, neste ano, ares de série policial. São sete chapas que tentam chegar ao Paço Municipal, das quais quatro têm representantes ligados à segurança pública. O movimento pega carona nos crescentes índices de criminalidade na região e obrigou até os velhos caciques a buscarem, de última hora, um “candidato fardado” para a aliança.

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De acordo com o Atlas da Violência de 2016, pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea) entre 2004 e 2014, Goiás vive uma onda crescente de criminalidade e é o quinto Estado com maior taxa de homicídios do país: em 2014, a média foi de 42,7 assassinatos a cada 100.000 habitantes. Também em 2014, a taxa de homicídio em Goiânia foi de 56,9, valor comparável a regiões como Aracaju e Belém, conhecidas pelos índices de violência.

Na briga pela prefeitura estão dois delegados da Polícia Civil, um major e um coronel que se apoiarão não apenas em seus conhecimentos políticos ou administrativos – em alguns casos, praticamente nulos -, mas na experiência do dia a dia nas ruas para se cacifarem como o nome ideal para comandar o município pelos próximos quatro anos.

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Fenômeno de votos em 2014, Delegado Waldir (PR) é um calouro na política, mas um velho conhecido das páginas policiais goianas. Seu protagonismo enquanto investigador rendeu-lhe a marca de deputado federal mais votado da história de Goiás: obteve 274.625 votos em uma das campanhas mais baratas do pleito. Na metade de seu primeiro mandato no Legislativo, busca, agora, uma cadeira no Executivo. Conforme pesquisa do Instituto Serpes, divulgada na semana passada, o delegado está em segundo lugar na corrida, com 20,6% das intenções de voto.

Waldir trava um embate direto com um dos principais políticos de Goiás: aos 82 anos, o sempre candidato Iris Rezende (PMDB) inicia a corrida no topo das pesquisas. Ele chegou a anunciar a aposentadoria em julho, mas, um mês depois, confirmou seu nome no páreo. A entrada do ex-prefeito e ex-governador embolou o jogo e provocou mudanças de última hora nas alianças já formadas. Candidato pelo PSB, o ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PSB), que até então negociava a vice com o PMDB, acabou abrigando-se no arco de apoio do governador tucano Marconi Perillo – que, nos bastidores, também avaliou ser vantajoso unir-se a Iris, seu antigo rival, mas a parceria não prosperou.

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Pesquisas feitas pelos candidatos trazem uma constatação: a segurança pública está na pauta prioritária dos eleitores goianos. Sendo assim, Iris Rezende descartou os nomes tradicionais e reforçou sua chapa com um quadro egresso da Polícia Militar. O polêmico Major Araújo (PRP), que já propagandeava suas bandeiras nas redes sociais, desistiu da própria candidatura para ser vice do peemedebista. É do deputado estadual a proposta de criar o “Bolsa Arma”, um programa que facilita o acesso às armas de fogo por meio do oferecimento de estrutura de treinamento e da realização dos exames obrigatórios, além de subsidiar a compra dos equipamentos. Iris Rezende, porém, afirma que esse ponto não estará em seu projeto de governo.

Pelo PT, a deputada estadual de primeiro mandato Adriana Accorsi também reforça o time das polícias: foi chefe da guarda metropolitana e delegada por 16 anos. Tem como bandeira de campanha elevar o contingente de policiamento nas ruas e instalar câmeras de monitoramento pela capital.

Depois de ser preterido por Marconi Perillo, o candidato Francisco Júnior (PSD), que compõe a base do governador tucano, escolheu Coronel Pacheco (PTB) para a vice. No ano passado, o policial militar ficou famoso ao protagonizar um vídeo em que sugere uma “luta armada” contra os “guerrilheiros da presidente Dilma Rousseff”. O caso envolvendo o ex-comandante da PM ganhou repercussão nas redes sociais.

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Sem um representante policial, o candidato e vereador Djalma Araújo (Rede) traz propostas vinculadas ao setor para se equilibrar na disputa – propõe a criação de um comitê municipal de segurança pública. Já o socialista Flavio Sofiati (PSOL) se ampara em medidas alternativas para diminuir os índices de violência: defende a desmilitarização da polícia e da política. “Não acredite nos xerifes que propõem políticas truculentas de segurança”, afirma em uma peça de campanha.

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