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Eleição em AL pode levar à Câmara réu de dois homicídios

Ex-deputado e delegado Francisco Tenório assumirá cadeira de Célia Rocha caso ela seja mesmo eleita prefeita de Arapiraca

Por Jean-Philip Struck
5 out 2012, 11h29

Dois processos por homicídio. Denúncias por participação em um esquema de desvios na Assembleia Legislativa de Alagoas. Um ano na cadeia entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2012. Mesmo com esse ‘currículo’, o suplente de deputado federal Francisco Tenório, o Chico Tenório (PMN), tem uma grande chance de voltar ao Congresso Nacional em janeiro do ano que vem.

Tudo porque a deputada federal Célia Rocha (PTB) deve ser a eleita prefeita do município de Arapiraca (AL) no próximo domingo e, assim, liberar sua vaga na Câmara para o seu primeiro suplente, Chico Tenório. Delegado da Polícia Civil alagoana, ele está afastado do cargo há dezesseis anos, desde que entrou para a política. Nesse período, cumpriu mandatos como deputado estadual e federal. E passou um ano na cadeia.

Tenório é réu em dois processos por homicídio. Em um deles, é acusado de ter, com outros deputados, encomendado a morte de um cabo da Polícia Militar em 1996. Em 2005, passou a responder pelo homicídio de um motorista.

Enquanto era deputado federal, Tenório cumpriu tranquilamente seus mandatos porque contava com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. A situação só mudou em 2010, quando ele não conseguiu se reeleger, conquistando apenas a suplência. Em fevereiro de 2011, um dia após o fim do seu mandato, Tenório foi preso preventivamente. E só foi solto em fevereiro do ano seguinte.

Ainda que atrás das grades, o deputado comemorou o Natal de 2011 em família. Causou alvoroço na cidade o vazamento de fotos de uma ceia de Natal, com peru assado e bebidas, organizada pelos parentes do ex-deputado na carceragem da Casa de Custódia de Maceió.

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Assim que deixou a prisão, Tenório tentou reassumir seu posto de delegado. Uma nomeação para a delegacia de trânsito chegou a ser publicada pelo governo alagoano, mas foi anulada após a imprensa questionar o ato. No momento, ele está afastado da Polícia Civil, mas continua recebendo salário.

Caso volte à Câmara, Tenório terá novamente foro privilegiado e vai responder às ações no STF. Seu advogado, Fernando Maciel, diz que o mandato não vai ‘blindar’ o delegado. “Isso até vai dar mais agilidade ao processo, que já vai direto para uma instância superior. Ele é inocente. Não há nada que impeça que ele assuma o mandato de deputado. Até o momento ele não foi condenado”, disse Maciel ao site de VEJA.

Nos meses seguintes à sua saída da cadeia, Tenório teve que circular por Maceió com uma tornozeleira eletrônica, para que a Justiça monitorasse seus passos. Ele só conseguiu o direito de não usar o equipamento no mês passado. Por pouco não teve que usá-lo na Câmara.

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