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Deputado-presidiário contrata na Câmara advogada de sua empresa

Celso Jacob mantém em seu gabinete, com remuneração paga com verba pública, uma funcionária que atua na consultoria do parlamentar

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 nov 2017, 10h35 - Publicado em 21 nov 2017, 07h00

Celso Jacob, o deputado federal que todos os dias deixa a sua cela na Penitenciária da Papuda para cumprir expediente na Câmara dos Deputados, mantém em seu gabinete, com salário pago com verba pública, uma advogada de sua empresa, a Consultoria Celso Jacob (CCJ). A advogada, Anacris Lima, sequer bate ponto na Casa. Ela atua em Três Rios, no Rio de Janeiro, base eleitoral e onde está localizada a sede da companhia do parlamentar.

A reportagem ligou duas vezes para a consultoria. Na primeira, foi informada que Anacris começava o expediente entre 9h30 e 10h. Na segunda chamada, à tarde, a secretária parlamentar atendeu à ligação e, em um primeiro momento, identificou-se como advogada da empresa.

Como secretária parlamentar, Anacris recebe, por mês, 3.150 reais de salário, além de quase 1.000 reais em auxílios, pagos por meio da verba específica a que cada parlamentar tem direito para contratar quadros exclusivos para o mandato. A advogada também realiza viagens para a capital federal com recursos custeados pela Câmara.

Ao ser questionada sobre o acúmulo de funções, a funcionária da Câmara disse que “presta serviço às vezes como advogada na consultoria”. Na sequência, ponderou que não tem vínculos empregatícios com a companhia de Jacob, negou trabalhar na empresa na qual atendeu ao telefonema e disse que atua como terceirizada dos executivos que buscam por uma solução junto à CCJ. Na função de secretária parlamentar, ela diz ter as atribuições de monitorar o Diário Oficial da União e fazer “atendimento ao público quando a população necessita”. “Eu acabei de chegar e já estava indo embora, na verdade. Eu nem estava aqui”, disse.

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A consultoria de Jacob tem como finalidade auxiliar outras empresas nas áreas financeira e contábil – muito embora ele próprio tenha sido condenado a sete anos e dois meses de prisão por irregularidades administrativas (fraudou, de acordo com o Ministério Público, a licitação da construção de uma creche enquanto era prefeito de Três Rios).

O próprio site da empresa trata Anacris como advogada. Na comemoração de 30 anos da consultoria, celebrados no fim do ano passado, ela dá o seu depoimento sobre o grupo: “A gente é realmente uma família, em tudo a gente tenta realmente se ajudar, isso é uma forma de a cada dia todos nós aprendermos coisas novas”. E continua: “A Consultoria é um lugar onde temos muita oportunidade de crescimento, é um local onde há realmente amizade e carinho entre as pessoas, então eu sou muito realizada e feliz de parte da CCJ”.

Após o questionamento da reportagem, o site da consultoria saiu do ar.

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