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Delator conta que JBS repassou R$ 20 milhões a Kassab

Segundo os depoimentos prestados à Procuradoria, os repasses foram feitos entre 2009 e 2016 por meio de um contrato fictício

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 Maio 2017, 19h22 - Publicado em 19 Maio 2017, 16h50

O empresário Wesley  Batista, irmão de Joesley, narrou em sua delação premiada como o Grupo JBS pagou 20 milhões de reais a Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Segundo o empresário, os repasses ocorreram entre o final de 2009 e o final de 2016.

Wesley contou que pagamentos ao ministro já vinham sendo feitos pelo frigorífico Bertin, comprado pela JBS em 2009. Com a fusão, os novos donos decidiram que os repasses deveriam prosseguir – e assim foi feito.

O delator conta que, além de dar prosseguimento ao tal contrato lícito, havia um outro contrato, que ele chama de “overprice”, de 350 mil reais mensais. “A JBS comprou o Bertin no final do ano de 2009 e ficou de 2010 até o final do ano passado pagando esse contrato de aluguel dos caminhões, mais um adicional de 350 mil reais, que era propina, não existia”, disse Wesley.

Segundo ele, a propina nesse contrato extra somou 20 milhões de reais ao longo de quase sete anos.

Outro delator,  o ex-diretor da JBS Ricardo Saud, não só confirmou o pagamento dos 20 milhões como revelou outro repasse a Kassab. Ele contou que o grupo deu 7 milhões de reais para campanhas políticas do próprio ministro e de candidatos indicados por ele.

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“O Kassab fez uma coisa: uma parte do dinheiro dele ele pôs para a campanha dele no Senado, uma parte dele ele ajudou uns poucos candidatos a deputado dele, outra parte ele investiu no Robinson Faria e no Fábio Faria (aqui o delator se refere ao governador do Rio Grande do Norte e o filho dele, deputado federal, respectivamente), e uma parte ele tirou para ele, pessoa física”, narrou Saud.

O diretor da JBS explicou como fez os pagamentos: “Ele (Kassab) pediu pra gente guardar lá 7 milhões para ele, desses 7 milhões ia dividir em 22 parcelas de 250. Tinha impostos. Então, ficou 5,5 milhões, divididos em 22 parcelas de 250. Ele fez na empresa do irmão dele, chamada Yapi Consultoria e Debates Ltda. Isso foi feito com nota fiscal dissimulada, nenhum tipo de prestação de serviços, fria, gelada mesmo”, disse.

Em nota, Kassab diz que “as apurações em andamento são importantes para o país e devem continuar como determina a legislação.” O ministro informa que detém participação societária em empresa que opera dentro de estrita legalidade. “Não houve qualquer recebimento de recursos pessoais pelo ministro, o que ficará devidamente comprovado”, diz a nota. Com relação às menções a repasses durante as eleições, Kassab garante que as doações recebidas foram registradas junto à Justiça Eleitoral.

Assista ao vídeo:

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