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CPI: ‘Auditoria foi aparelhada’, diz conselheiro da Petrobras

Mauro Cunha acredita que foi retirado do colegiado porque cobrou explicações sobre a compra da refinaria de Pasadena

Por Gabriel Castro, de Brasília
28 abr 2015, 15h23

Membro do conselho de administração da Petrobras, o economista Mauro Cunha afirmou nesta terça-feira que o comitê de auditoria da companhia foi “aparelhado” e disse acreditar que foi retirado do colegiado porque cobrou explicações sobre a compra da refinaria de Pasadena. Ele presta depoimento à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados.

Cunha era o único integrante do comitê de auditoria que não tinha vínculo com o governo. Mas foi retirado do cargo quando Guido Mantega, então presidente do Conselho de Administração e ministro da Fazenda, decidiu substituí-lo com o argumento de que o cargo passaria a ser rotativo. “O comitê foi aparelhado”, disse ele. “Preferiram abrir mão da independência do comitê de auditoria num momento crítico, talvez porque o conselheiro que lá estava votou contra o balanço e perguntava algumas questões com excesso de ênfase”, afirmou. Segundo ele, a decisão de Mantega foi praticamente “monocrática”.

O conselheiro havia constatado, já em 2013, que as demonstrações financeiras da companhia não retratavam a realidade – as perdas em obras de refinaria como a de Abreu e, por exemplo, estavam subestimadas. “Havendo ou não corrupção, havia algo muito errado e já estava claro naquela época”, disse ele.

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Cunha disse não acreditar na precisão do balanço de 2014 da estatal, que calcula perdas de 6,5 bilhões de reais com a corrupção. Os valores se baseiam no percentual de 3% de propina que, segundo o ex-diretor Paulo Roberto Costa, era cobrado em contratos. “Se nos basearmos no depoimento do diretor nós corremos o sério risco de estar buscando valores inferiores àqueles devidos à Petrobras”, afirmou.

O economista é um dos três integrantes do conselho de administração que não foram indicados pelo governo. Ele foi escolhido pela representação dos acionistas minoritários. Os outros sete membros do colegiado foram escolhidos pelo Executivo. Cunha deixará o cargo de conselheiro da estatal nesta quarta-feira, com o encerramento de seu mandato.

Também segundo Mauro Cunha, somente a política de preços equivocada, que segurou artificialmente o custo dos combustíveis, causou perda de 100 bilhões de reais entre 2011 e 2014. O depoimento do conselheiro à CPI é o segundo do dia. Antes dele, os parlamentares haviam ouvido Fernando de Castro Sá, ex-gerente jurídico da companhia.

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