O lançamento da Frente Popular, chapa do senador petista Lindbergh Farias ao governo do Estado do Rio, teve tumulto, empurra-empurra e até spray de pimenta. O encontro, marcado para a casa noturna Via Show, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, ocorreu logo depois de uma convenção do PC do B, que integra a coligação liderada pelo petista. Lindbergh chegou ao local pouco antes das 19h, quando a confusão já estava instalada. Fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tentaram impedir a entrada de pessoas não filiadas aos partidos, para evitar que o ato partidário fosse transformado em agenda de campanha antes do prazo legal para esse tipo de manifestação. Diante da tentativa dos fiscais de controlar o acesso, militantes forçaram as laterais da boate e chegou a haver troca de agressões. Os fiscais cederam após um apelo de advogados dos partidos que integram a coligação: PT, PSB, PV e PC do B.
Os fiscais do TRE afirmam agir com base em uma decisão judicial assinada pela juíza Daniela Barbosa, determinando que o ato político deveria ter apenas presença de filiados. O advogado Raoni Vita, que representa os partidos, conseguiu, após o tumulto, fazer com que a entrada fosse liberada. Os fiscais farão, ao fim do evento, um termo circunstanciado para que a juíza, a partir do relato, decida de haverá punição para a coligação. “É ato público em recinto fechado e, portanto, dentro da lei. A decisão dessa juíza dava poder de suspender o evento por não haver apenas filiados”, criticou Vita.
O clima na Via Show indica o que está por vir na campanha. Os participantes acusaram os fiscais de agir para favorecer o PMDB, e distribuíram xingamentos aos peemedebistas – que, no mesmo horário, realizavam uma convenção no Centro do Rio. O ‘canto de guerra’ das manifestações de rua foi usado, com um “Ei, Cabral…”, seguido do mesmo monossílabo utilizado para atacar a presidente Dilma Rousseff na festa de abertura da Copa do Mundo.
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