Caso das esmeraldas falsas provoca bate-boca em debate
Candidatos que disputam prefeitura de Cuiabá trocaram acusações no debate promovido pela rádio CBN
Os candidatos Emanuel Pinheiro (PMDB) e Julier Sebastião (PDT), que disputam a prefeitura de Cuiabá, bateram boca nesta terça-feira durante debate promovido pela rádio CBN. O motivo foi o notório caso das esmeraldas falsas, episódio em que Pinheiro é acusado de ter tentado quitar uma dívida com o empresário Salim Rahal com lotes de pedras preciosas falsificadas. O imbróglio envolvendo as gemas preciosas se arrasta na justiça há anos e levou o peemedebista a processar Rahal por danos morais. “É “falsa a afirmação de que eu teria tentado pagar a dívida com pedras preciosas falsas”, disse Pinheiro em nota.
Em 1991 Emanuel Pinheiro pegou emprestado 71.900 reais de Salim Rahal, mas não pagou a dívida conforme combinado. Hoje o passivo ultrapassa a casa de 1 milhão de reais, de acordo com ação de execução fiscal aberta na justiça. A justiça deu ganho de causa ao empresário e determinou a penhora de parte do salário do deputado estadual para quitar o débito.
Hoje, no debate, Julier pediu explicações sobre o episódio das esmeraldas, alegando que, mesmo sendo o caso de uma dívida privada, os eleitores teriam direito de saber das “condutas dos candidatos”. Emanuel Pinheiro, por sua vez, atacou o adversário, remetendo-se ao fato de o pedetista ter sido alvo de busca e apreensão na Operação Ararath, que desmontou um esquema de pagamentos irregulares do governo do Mato Grosso por meio de factorings para lavagem de dinheiro, distribuição de propina e financiamento de campanhas políticas. “A Polícia Federal nunca entrou em minha casa ou escritório”, disse. Tempos mais tarde, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, acabou por anular o processo envolvendo Julier.
“Eu nunca fui acusado de vender voto como você vendeu sentença”, atacou Emanuel Pinheiro. Ele fazia referência a um episódio de fevereiro do ano passado, quando o Ministério Público apontou ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva como beneficiário de uma “mesada” de empresas vinculadas ao VLT de Cuiabá, obra planejada para a Copa do Mundo de 2014, mas paralisada até hoje. O candidato do PDT negou irregularidades na época.