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Cabral pediu ações na Bolsa de NY para lavar dinheiro, diz MPF

Delatores mostram extratos de compras de títulos da Petrobrás, Vale e Ambev; é a primeira vez que a Operação Lava Jato se depara com esse tipo de transação

Por Da redação
26 jan 2017, 17h00

O esquema de corrupção e lavagem de ao menos 100 milhões de dólares atribuído ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), atualmente preso em Bangu, teria envolvido até a compra de ações da Petrobras, Vale e Ambev na Bolsa de Nova York. As suspeitas foram levantadas pela força-tarefa da Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio, ao pedir a prisão preventiva do empresário Eike Batista e outros investigados no esquema.

É a primeira vez, desde o início da Lava Jato, que os investigadores se deparam com este tipo de transação envolvendo a compra de ações em Bolsa. As empresas não são citadas na investigação. Sobre elas não recai nenhuma suspeita. Uma parte daquele montante, ou 16,5 milhões de dólares, teria sido empregada na compra de ações. A propina passou por uma conta de Eike no Panamá e acabou custodiada em favor de Cabral no Uruguai.

“Não foi possível transferir os 16,5 milhões de dólares, aí Sérgio Cabral pediu aquisição de ações em Bolsa, ações da Petrobras”, disse o procurador da República Eduardo El Hage. “Acabou adquirindo ações da Ambev, Petrobras e da Vale. Depois, foi feita a transferência dos valores para a conta no Uruguai”, disse.

Dos 100 milhões de reais identificados pela Operação Eficiência como supostamente transferidos para Cabral no exterior, 22 milhões  foram para dois acusados de serem operadores de propinas do ex-governador – 7 milhões para Carlos Miranda e 15 milhões para Wilson Carlos. “O resto (78 milhões de dólares) foi para Sérgio Cabral”, disse El Hage.

A revelação foi feita pelos delatores Marcelo Chebar e Renato Chebar – que são irmãos e receberam os 16,5 milhões de Eike no exterior – , ao detalhar para a Operação Eficiência como foi feita a transação. Eles chegaram até a apresentar os extratos de compras e vendas de 300 mil ações da Petrobras, 100 mil da Vale e 16 mil da Ambev, entre 2011 e 2012.

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Renato Chebar relatou aos investigadores o encontro que teve com o peemedebista no Hotel St. Regis em Nova York, em 2011 onde teria sido discutido o assunto. “Que a indicação para compra das ações se deu em encontro do colaborador (Renato Chebar) com Sérgio Cabral em 2011 na cidade de Nova York; que nessa ocasião o colaborador explicou toda a estrutura financeira da operação, tendo Sérgio Cabral indicado a compra de ações da Petrobras, Vale e Ambev”, afirmou Renato, em sua delação premiada.

O delator entregou um extrato das compras de ações à Procuradoria da República. Segundo relataram os irmãos Chebar, eles foram procurados pelo então assessor de Cabral, Carlos Miranda, e o então secretário do Rio, Wilson Carlos, para viabilizarem o pagamento de propina de Eike para o peemedebista.

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Os delatores não souberam contar o motivo do pagamento, mas detalharam como ele foi estruturado junto a executivos que trabalhavam com Eike, incluindo na época o hoje vice-presidente do Flamengo, Flavio Godinho, também preso na Operação Eficiência nesta quinta.

Diante dos indícios, a força-tarefa chamou Eike para depor, mas o empresário afirmou jamais ter pago propina a Cabral. Com isso, os procuradores solicitaram ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio, a prisão de Eike e de outros suspeitos, além de realizar buscas e aprofundar as investigações sobre o suposto esquema de Cabral, o que foi autorizado e deu origem à Operação Eficiência.

(Com Estadão Conteúdo)

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