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Cabral diz que ‘denúncia mentirosa’ baseou condenação em Curitiba

Em depoimento à Justiça Federal, ex-governador do Rio admitiu doações por caixa 2, mas disse desconhecer valores citados por ex-assessor

Por Da redação
10 jul 2017, 14h43

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) disse que foi condenado à prisão em Curitiba pelo juiz Sérgio Moro a partir de uma “denúncia mentirosa” da empreiteira Andrade Gutierrez. A afirmação foi feita em interrogatório conduzido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, nesta segunda-feira. Segundo ele, “tem delator que distorce tudo”.

“Fui condenado em Curitiba por denúncia mentirosa da Andrade Gutierrez, uma denúncia que não fica de pé. É completamente estapafúrdio”, queixou-se Cabral ao juiz.

Questionado sobre a prática de caixa 2 na arrecadação de campanhas, Cabral negou que tenha favorecido as empresas doadoras. O ex-governador defendeu que é possível constatar a disseminação da prática de doações ilegais na política brasileira através de depoimentos e denúncias divulgadas na imprensa.

“Reitero e reconheço na política brasileira a existência de caixa 2. Houve doações legais feitas por empresas na minha campanha e tinha doações por caixa 2”, disse Cabral. “Estou praticamente há 8 meses preso e vejo essa discussão sobre caixa 2 na política. Esse é um fato que existe no Brasil há décadas.”

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O ex-governador disse desconhecer os valores pagos por empresas citadas em depoimento por seu ex-assessor Ary Ferreira da Costa Filho. Costa Filho contou ter acompanhado o recolhimento de pagamentos de caixa 2 em espécie, que somavam mais de cinco milhões de reais de cada uma das empresas em cada uma das visitas.

O político admitiu que entregou sobras de campanha a Costa Filho, mas que foram muito menores que os valores informados pelo ex-assessor à Justiça.

Costa Filho contou nesta segunda-feira em depoimento à Justiça que recebeu entre nove e dez milhões de reais de sobras de campanha do PMDB. Segundo Cabral, ele morava em Vila Valqueire, no subúrbio do Rio, quando se conheceram. Hoje, o ex-assessor é apontado como proprietário de apartamentos de alto padrão em Miami e na praia da Barra da Tijuca, além de carros de luxo, como um Camaro.

“Que eu tenha dado a ele algum tipo de apoio financeiro, certamente posterior à campanha, ok. Mas justificar essa emissão e compra desses imóveis, faça-me o favor, porque eu nunca soube disso”, declarou Cabral, sobre o volume que teria repassado ao assessor.

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O ex-governador voltou a negar que recebia 5% sobre os valores dos contratos fechados com as construtoras. “Nunca foi 5%, que 5% é esse? Que maluquice é essa? Que 5% é esse? Há colaborações, há apoios, reconheço”, disse.

O depoimento de Cabral, iniciado por volta de 11h10 da manhã, durou pouco mais de uma hora. Ele foi ouvido para responder às acusações de lavagem de dinheiro, resultado da Operação Mascate. O ex-governador volta a prestar depoimento na próxima quarta-feira.

O interrogatório de sua mulher, Adriana Ancelmo, que estava inicialmente previsto também para esta segunda-feira, será conduzido na próxima quarta-feira.

(Com Estadão Conteúdo)

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