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Bruno Covas diz que oferta de propina foi hipotética

Oposição tentou interromper leitura, pedindo CPI, mas a justificativa do deputado foi considerada válida pela Comissão de Ética

Por Adriana Caitano
11 out 2011, 19h15

A oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) reagiu contra a ausência do deputado e secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), durante a sessão da Comissão de Ética realizada nesta terça-feira. Covas apresentou uma carta explicando a suposta oferta de propina de 5.000 reais que um prefeito teria lhe oferecido em troca de uma emenda parlamentar. Por se tratar de um convite – a comissão não tem poder de convocação -, o secretário não foi obrigado a comparecer.

No documento, Covas disse que a afirmação de que teria recebido uma oferta de propina, publicada em 3 de agosto numa entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, não passou de um caso hipotético que ele costuma utilizar em palestras, encontros e conversas. “Um exemplo didático que de tanto repetir, incorporei como discurso e acabei narrando como fato”, escreveu. Covas explicou que sua intenção era demonstrar o que não deve ser feito e “reafirmar os princípios” que diz abraçar.

Deputados petistas tentaram impedir a leitura do texto, afirmando que Covas não havia sido notificado oficialmente pela comissão. Quando Hélio Nishimoto (PSDB), presidente da Comissão de Ética, tentou ler a carta, o deputado João Paulo Rillo (PT) o interrompeu, alegando que a condução do caso era um “desastre”. Nishimoto, entretanto, considerou a justificativa de Covas válida. A oposição também pediu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

“O PT está fazendo uma pirotecnia porque o Bruno Covas é pré-candidato à prefeitura de São Paulo”, declarou Orlando Morando, líder do PSDB. A prerrogativa usada por Covas foi baseada na mesma justificativa dada pelo deputado Roque Barbiere (PTB) que, alegando problemas pessoais na última quinta-feira, optou por apresentar as explicações por escrito.

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Ingenuidade – No texto, Covas reclamou que a entrevista ao jornal tenha sido utilizada para atacá-lo politicamente. Sobre o fato de ter sido acusado de ingênuo e inexperiente, o deputado afirmou: “Isso me conforta, afinal, o problema central que afeta a imagem dos políticos em nosso país não é a ingenuidade, mas a falta de probidade e de caráter, que permite o desvio de recurso e o uso inadequado do dinheiro público”.

O deputado oposicionista Enio Tatto (PT) continua insistindo na instauração de uma CPI. Tatto acredita que a carta não é suficiente para esclarecer o caso: “Se ouvirmos o áudio da entrevista ao jornal, perceberemos que este bilhete é vulgar e desrespeitoso com a Casa”. Para o petista, as justificativas por escrito são uma “manobra” que têm o intuito de blindar Bruno Covas. Ele também acusou o governo de usar a liberação de emendas para manter o apoio da base. “Aqui em São Paulo, emenda é um toma lá dá cá”.

João Paulo Rillo aproveitou a sessão para afirmar que, ao contrário do que foi divulgado nesta terça-feira pelo O Estado de S.Paulo, o valor das emendas propostas por Covas entre 2007 e 2011, foram de 14,8 milhões de reais, e não de 8,2 milhões de reais. Os dados do deputado petista foram baseados numa pesquisa feita pela Alesp.

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