Os investigadores da Operação Lava Jato descobriram uma transferência de 500 mil reais do operador Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, para o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. O valor depositado causou estranheza aos investigadores já que, em depoimento, Baiano afirmou ter adquirido a lancha por 1,5 milhão de reais. O pagamento total seria feito de forma parcelada via transferências bancária. Segundo o juiz Sérgio Moro, a única transferência, de 500 mil reais, ocorreu em outubro de 2012, da conta da empresa Hawk Eyes, atribuída a Baiano, para Azevedo. As demais transferências não foram encontradas, sucitando a suspeita de que poderiam configurar pagamento de propina por parte de Azevedo ao operador, que é apontado como intermediador de propinas para ex-diretores da Petrobras e integrantes do PMDB. O juiz escreveu que “parece inviável” que o esquema de corrupção na Petrobras fosse desconhecido por Azevedo, já que os crimes tiveram início em 2004 e os contratos e propinas continham valores milionários. A compra, que relaciona o executivo diretamente com Bainao, foi um dos motivos que justificou a prisão preventiva de Azevedo. (Luís Lima, de São Paulo)