Após protestos, aprovação de Haddad despenca em São Paulo
Manifestações também tiveram reflexos na popularidade de Alckmin; no Rio, avaliação positiva de Cabral e Paes desabou
Aprovação do prefeito paulistano desabou 16 pontos percentuais em três semanas; Alckmin também sentiu queda na popularidade, caindo de 52% para 38%
A onda de manifestações que varreu o país nas últimas semanas atingiu em cheio a popularidade dos governadores de São Paulo e Rio de Janeiro e os prefeitos das respectivas capitais. Entre as principais vítimas está o prefeito novato de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que viu sua aprovação cair dezesseis pontos percentuais em três semanas, indo de 34% para 18%. A reprovação do petista subiu de 21% para 40%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira. A pesquisa também mostra que 35% dos paulistanos avaliam a administração do petista, que assumiu o governo há seis meses, como regular.
A aprovação considera as avaliações “ótimo” e “bom” dos eleitores. Já a reprovação é a soma das respostas “ruim” e “péssimo”.
Dessa forma, a avaliação do prefeito seguiu o caminho da sua colega de partido, a presidente Dilma Rousseff, que também teve a popularidade corroída após o início da onda de protestos. Ao longo das manifestações, Haddad foi constantemente criticado por inicialmente se recusar a baixar a tarifa de ônibus da capital, que havia sido reajustada no início de junho.
A administração do petista não foi a única que teve os índices de aprovação abalados por causa da onda de protestos em São Paulo. O mesmo aconteceu com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que viu sua aprovação cair 14 pontos percentuais, indo do patamar confortável de 52% para 38%. Já o índice de reprovação aumentou pouco, subindo de 15% para 20%.
Ao longo dos protestos, o governador se tornou alvo dos manifestantes por ter determinado reajustes na tarifa de metrô e trens do estado e pelos episódios de violência policial registrados em algumas das manifestações iniciais. As últimas pesquisas que haviam mostrado as avaliações de Haddad e Alckmin haviam sido realizada pelo Datafolha nos dias 6 de junho e 7 de junho, quando a onda protestos mal havia começado.
Rio – Já no Rio de Janeiro, as quedas nas avaliações do governador Sérgio Cabral (PMDB) e do prefeito Eduardo Paes (PMDB) foram ainda mais acentuadas. Cabral, que vinha de um pico de 55% de aprovação registrado em novembro de 2010 (data da última pesquisa Datafolha), desabou 30 pontos percentuais. Agora, só 25% dos fluminenses aprovam sua administração. Já os que reprovam saltaram de 12% para 36%.
A aprovação do prefeito Eduardo Paes sofreu uma queda menor, de 20 pontos percentuais. Em agosto de 2012, 50% dos cariocas avaliaram sua administração como ótima e boa. Agora, só 30% responderam o mesmo. Já o índice de reprovação saltou de 12% para 33%.
Período – A pesquisa que avaliou os prefeitos e governadores foi realizada entre os dia 27 e 28 de junho, portanto, depois que Alckmin, Haddad, Cabral e Paes revogaram o reajuste de tarifas no transporte público e congelaram outros aumentos, como pedágios.
Leia também:
Sob pressão, governos reduzem tarifas e deixam as contas para depois
administração | Aprovação ANTERIOR | APROVAÇÃO ATUAL | queda |
---|---|---|---|
Fernando Haddad (PT) | 34%* | 18% | – 16 pts |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 52%* | 38% | – 14 pts |
Sérgio Cabral (PMDB) | 55%** | 25% | – 30 pts |
Eduardo Paes (PMDB) | 50%*** | 30% | – 20 pts |