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Após hostilidades, PT e MBL travam guerra de cassações na Câmara

Legislativo paulistano recebe ações de perda dos mandatos de Fernando Holiday (DEM) e Juliana Cardoso (PT) após xingamentos, empurrões e invasão de gabinete

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 fev 2017, 21h52 - Publicado em 16 fev 2017, 18h05

Em menos de um mês de trabalho e com apenas três projetos de lei aprovados, a Câmara Municipal de São Paulo já tem a primeira batalha deflagrada entre os vereadores Fernando Holiday (DEM) e Juliana Cardoso (PT). Nesta semana, chegaram à Corregedoria da Casa, cujos membros ainda não foram definidos , dois pedidos de cassação — um contra o coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) e outro contra a petista ligada a grupos de sem-teto e de direitos humanos.

As discussões intensas entre simpatizantes e militantes de direita e esquerda, tão corriqueiras nas redes sociais, reproduziram-se nos corredores da Casa. Houve bate-boca no plenário, empurrões, dedo em riste, xingamentos, invasão de gabinete e até acusações de agressão de ambos os lados.

A confusão começou no dia 10 de fevereiro, quando o senador Lindbergh Farias (PT) fez uma visita à bancada petista da Câmara. Vinculado ao MBL, o youtuber Arthur Moledo, que costuma provocar e ridicularizar militantes de esquerda em seu canal na internet (Mamãe, Falei), tentou abordar o senador e foi impedido por assessores petistas — houve empurra-empurra.

Na sequência, servidores da bancada do PT se reuniram na sala da liderança da sigla, no 6º andar, para discutir atividades do mandato de Juliana. De repente, Moledo abre — sem autorização e com a câmera na mão — a porta da sala de reunião. Segundo a representação do PT, ele estava acompanhado de Wesley Vieira, servidor lotado no gabinete de Holiday. Os dois acabaram sendo expulsos aos tapas.

Na ação, o PT classificou o ato como uma “invasão de reunião fechada, (…) orquestrada e premeditada pelo mandato” de Holiday. Como prova, a bancada elencou um relatório da Guarda Civil Municipal (GCM), que informava ter recebido o telefonema de “uma pessoa que se identificou como assessor do gabinete do sr. vereador Fernando Holiday”, avisando que faria uma entrevista no 6º andar e pedindo dois GCMs “para que não houvesse conflito”. Também anexou um vídeo publicado nas páginas do MBL em que, segundo o PT, o parlamentar usa as imagens do youtuber como “fato positivo”, inclusive para “tirar proveito eleitoral”.

“Fica evidente que, além de ser uma ação deliberada, orquestrada e premeditada pelo mandado do parlamentar, ora denunciado, a ação teve a aprovação do vereador”, diz a ação assinada pelo parlamentar Antônio Donato, líder da bancada do PT, protocolada nesta quarta-feira.

Ao saber do ocorrido, Juliana Cardoso foi ao microfone do plenário para se queixar do que classificou como invasão. O presidente da Casa, Milton Leite (DEM), interrompeu-a, pedindo para que formalizasse a reclamação junto à Presidência ou à Corregedoria.

Donato, então, tomou a palavra e exclamou que o fato era “extremamente grave” e configurava um “ataque à democracia”. Enquanto o líder do PT falava, Juliana foi tirar satisfação com Holiday, chamando-o de “moleque” com o dedo em riste. Aos gritos, a petista foi contida e segurada por outros vereadores.

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Em ação ingressada na última segunda-feira, Holiday afirma que Juliana quebrou o decoro parlamentar “ao ofendê-lo moralmente e ao tentar agredi-lo fisicamente”. Diz ainda que, na hora das hostilidades, ele nada sabia sobre o episódio envolvendo o youtuber.

“Contudo, enquanto aguardava autorização da Presidência da Câmara para se pronunciar, a denunciada partiu para cima do denunciante, insultando-o por meio dos mais distintos adjetivos indecorosos. Além disso, e isto é ainda mais grave, tentou agredi-lo fisicamente, e, apesar de ter conseguido empurrá-lo, a iniciativa de outros nobres colegas vereadores a impediu de consumar novos atos atentatórios à integridade física do denunciante”, escreveu o vereador do DEM na ação.

Sobre o episódio, a Mesa Diretora da Câmara divulgou a seguinte nota oficial: “Duas pessoas adentraram uma reunião privada do PT sem a devida autorização. A apuração inicial da PM disse que não houve agressão física mas todos os envolvidos ainda serão ouvidos. A presidência da Câmara tomará todas as medidas necessárias para resolver o lamentável ocorrido”.

O caso se encontra agora nas mãos do corregedor da Casa, o vereador Souza Santos (PRB). No entanto, a composição do colegiado formado por mais seis parlamentares ainda não definida. Segundo o regimento, após o recebimento da petição, um relator é designado para o processo. Ele deve, então, produzir um parecer, recomendando ou não a abertura do procedimento de cassação.

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