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Após choque de versões, Doria distribuirá composto em creches

Prefeito contradiz versão sustentada pelo executivo municipal nos últimos dias, de que não havia nenhuma programação para distribuir o produto

Por Guilherme Venaglia
Atualizado em 18 out 2017, 21h14 - Publicado em 18 out 2017, 19h01

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que vai distribuir o composto reprocessado a partir de alimentos próximos ao vencimento em equipamentos públicos da cidade ainda neste mês. Segundo ele, a entrega da chamada farinata, que foi apelidada por detratores de ração humana, será feita inicialmente em creches municipais “para complementar a merenda”. Ao seu lado, estava o cardeal Dom Odilo Scherer, que apoia a iniciativa.

O discurso de Doria retoma um vídeo do último dia 8, quando o prefeito afirmou que a farinata, “um produto abençoado”, seria entregue às famílias carentes na cidade de São Paulo em outubro, como parte do programa Alimento para Todos.

A fala foi mais um capítulo da confusão de versões da prefeitura sobre o tema. Alguns desses momentos:

1. Na semana passada, no anúncio, ele disse que a distribuição começaria a ser feita ainda em outubro. E surgiram, então, múltiplas perguntas: para quem? Quanto? Com qual cronograma?

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2. Em entrevista a VEJA na terça-feira, a secretária municipal de Direitos Humanos, Eloísa Arruda, afirmou que o prefeito havia se limitado a “apresentar uma boa prática” na gravação, mas que não havia qualquer perspectiva de adoção do composto no curto prazo.

“Foi um alimento apresentado como uma boa prática, o que não significa que nós vamos fazer uma distribuição indiscriminada nos nossos equipamentos públicos nem para a população de um modo geral”, argumentou.

A secretária também citou o projeto de lei sancionado por Doria ao criar o Alimento para Todos, para indicar que a Prefeitura ainda estava no estágio mais inicial da sua execução, o de estruturá-lo e pensar como vai ser executado. Ela ressaltou que ainda não havia nenhum acerto do executivo municipal com a Plataforma Sinergia, desenvolvedora da farinata. Eloísa Arruda ponderou ainda que, antes de um “cadastro de boas práticas”, ainda seria necessário concluir esta etapa e buscar seus incentivos econômicos, explicando que teria havido “um descompasso na comunicação de 100%” entre o que foi discutido a partir da fala de Doria e o que existia na prática.

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3. Questionado por VEJA, o prefeito rejeitou a hipótese de ter sido precipitado na divulgação e reafirmou que vai, sim, distribuir o complemento ainda em outubro. “Eu disse naquele dia e reafirmo que é o começo de um processo que vai evoluindo, engrandecendo e ampliando sua distribuição”, argumentou. Na sequência, a própria secretária de Direitos Humanos corroborou o prefeito, observando que se trataria da farinata já disponível em estoque pela Plataforma Sinergia que, doada para o Executivo, pode ser utilizada para a confecção de produtos como macarrão e bolacha nas creches.

4. No entanto, de forma diferente da exposta por Doria, Eloísa observou que o envio ainda depende da Secretaria de Educação compartilhar o cardápio das creches e que seja pensado como os produtos originados de compostos processados podem ser incluídos, para só, assim, estes serem encaminhados nos 12 dias que restam até o final do mês. A secretária ainda concluiu reforçando a necessidade de estudos que digam quais carências nutricionais precisam ser sanadas na cidade.

O prefeito de São Paulo, João Doria, e o Cardeal Dom Odilo Scherer (Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress)

 

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