Depois de atemorizar caciques do PMDB e do PSDB, a explosiva delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado deve virar a mais nova arma de aliados da presidente afastada Dilma Rousseff para tentar atrasar o processo de impeachment que tramita no Senado e cabalar votos para que a petista não seja penalizada e declarada inelegível. Senadores dilmistas já pretendiam usar as recentes declarações do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB) com insinuações de que o impedimento da presidente poderia conter a “sangria” provocada pela Operação Lava Jato. Agora, a ideia é pedir a suspensão das atividades da comissão processante do impeachment até que o Congresso tenha acesso à delação de Machado. A comissão se reunirá na quinta para discutir o cronograma da próxima etapa de trabalhos, a de produção de provas, mas a tendência é que seja derrotada a estratégia dos aliados de Dilma. Isso porque, além de o impeachment ser um processo político-jurídico de responsabilidade do Congresso, o sigilo dos depoimentos de delação imposto pelo ministro Teori Zavascki, relator do petrolão no Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser mantido enquanto houver risco de comprometer investigações contra políticos citados pelo delator. (Laryssa Borges, de Brasília)
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