“Governo dos EUA devia ser apoio à internet, não ameaça”, diz CEO do Facebook
Em seu perfil na rede social, Mark Zuckerberg diz que ligou para o presidente Obama para se queixar das ações de monitoramento do governo
O fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, usou seu perfil na rede social nesta quinta-feira para fazer duras críticas à política de espionagem do governo dos Estados Unidos. Pela conta, acompanhada por mais de 26 milhões de pessoas, o executivo revelou que chegou a ligar para o presidente Barack Obama para expressar sua preocupação. “Liguei para expressar a minha frustração sobre os prejuízos que o governo está causando para nosso futuro”, disse Zuckerberg.
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O executivo afirmou que o Facebook trabalha para deixar a internet mais segura e que a tarefa de construir uma internet desejada por todos depende das empresas e da sociedade. “Quando nossos engenheiros trabalham incansavelmente para melhorar a segurança, nós imaginamos que estamos nos protegendo de criminosos, não do nosso próprio governo.”
O discurso, contudo, termina com certo tom de pessimismo. “Infelizmente, parece que vai demorar muito tempo para que haja uma verdadeira e completa reforma”, afirmou. “O governo devia ser um apoio à internet, não uma ameaça.”
Em dezembro, o Facebook e outras sete empresas (entre elas, Yahoo!, Google e Twitter) enviaram uma carta a Obama pedindo “mudanças urgentes” no monitoramento feito pelo governo americano a seus serviços. Foi uma resposta às recentes denúncias feitas por Edward Snowden, ex-consultor da CIA, de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) espionava comunicações de cidadãos americanos e estrangeiros.
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O documento também criticou governos que exigem que empresas de internet mantenham data centers em território nacional. É o caso do Brasil. O governo federal quer incluir no Marco Civil da internet um artigo que prevê a obrigatoriedade de instalação dos bancos de dados locais.
Leia a mensagem de Zuckerberg na íntegra (em inglês):
Post by Mark Zuckerberg.