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“Vendi a maior comunidade do Orkut”

Por Rafael Sbarai
10 jul 2009, 17h56

Ele não gosta de acordar cedo e conseguiu reunir, em cinco anos, mais de seis milhões de pessoas em uma comunidade voltada a esse costume. João Paulo Mascarenhas, de 30 anos, é uma dessas celebridades virtuais que ganharam fama no Orkut, rede social mais popular no Brasil.

Gerente de uma agência de intercâmbio estudantil, no Rio de Janeiro, o carioca controlava até a última terça-feira a maior comunidade no site de relacionamentos, Eu Odeio Acordar Cedo. Desde então, não detém direitos sobre o espaço: acabou vendendo para um “desconhecido”. Em entrevista a VEJA.com, João Paulo não revela valores oficiais, mas explica toda a negociação, que gira entre 3.000 e 5.000 reais.

Como surgiu a ideia de criar a comunidade?

Estou no Orkut desde o seu lançamento. Em meados de 2004, pensei em um espaço para expressar vontades e compartilhar isso com amigos meus. Logo, criei “Eu Odeio Acordar Cedo”, situação da qual não gosto mesmo. A criação do tema foi bem natural. Poucos gostam de acordar cedo.

Houve uma divulgação do espaço?

Nunca. Sempre quis um espaço virtual para expressar vontades. Encontrei no Orkut o melhor caminho. Queria testá-lo mesmo. Na época, não era tão popular. A comunidade cresceu graças à identificação com o tema. Queria reunir amigos e conhecidos. Apenas isso. Mas a construção e a padronização do conteúdo ajudou a tornar a comunidade tão popular. O próprio desenho que representa a página – do Garfield – é emblemático. Não pensava em uma comunidade muito popular. Pelo contrário. Só havia convidado um amigo. Em um único mês, já existiam mil pessoas. Isso me assustou.

Você costumava interagir com os integrantes da comunidade?

No início sim. Abria tópicos para discussão e sempre estive conectado para ajudar ou prestar esclarecimentos. Aos poucos, deixei de participar pela popularização do espaço. Ficou difícil responder. Mas sempre sabia de tudo que acontecia na comunidade. Virei praticamente um porteiro.

Como aconteceu a venda desta comunidade?

Vendi a comunidade na última terça-feira. Sinceramente não conheço a pessoa com quem eu falei, mas sei que vai usar este espaço para anunciar produtos. Já está fazendo isso, por sinal. Tive um contato por e-mail e, posteriormente, por telefone. E não é a primeira comunidade que ele compra. Outras comunidades populares do Orkut já foram adquiridas por essa pessoa.

Mas já havia vendido algum espaço no Orkut?

Sim, mas não divulgo valores. Vendi espaços na descrição da comunidade para a inserção de links de sites. Apenas isso.

Qual foi o valor da negociação?

Prefiro não falar sobre valores, pois houve um acordo para não divulgar, mas está na faixa de três a cinco mil reais.

A venda da comunidade já provocou um grande número de mensagens em seu perfil na rede social. Pretende prestar esclarecimentos?

Nada. Vou esclarecer tudo isso com calma. Não recebi até o momento nenhuma mensagem ofensiva por vender uma página no Orkut, mas todos estão preocupados com o futuro da comunidade.

E essas mais de seis milhões de pessoas que estão na comunidade não podem se sentir “usadas” pela venda e criar um movimento de saída do espaço?

Pode acontecer. O atual dono tem que saber deste fato, mas acredito na permanência de grande parte destes indivíduos. É pouco provável, mas é uma hipótese que está em jogo.

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