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U2 sem área vip é um exemplo a ser seguido

Banda irlandesa proibiu, por contrato, a venda de ingressos mais caros para a pista mais próxima ao palco

Por Rodrigo Levino
30 nov 2010, 15h40

É inútil esperar que a iniciativa da banda na atual turnê 360º se torne regra no Brasil. As produtoras não arredam o pé dos preços e do lastimável cercadinho

Em setembro deste ano, quando Tom Morello, guitarrista da banda Rage Against The Machine, incitou o público do festival SWU, em Itu, a invadir a pista vip do evento que aconteceu um mês depois da mensagem postada em seu Twitter, a discussão sobre a área privilegiada em grandes shows tomou fôlego entre público, produtores e jornalistas.

Privilégio para donos de gordas contas bancárias ou fãs sacrificados, as áreas vip tem sido bombardeadas por motivos justos. Segrega, é excludente e seleciona os que podem pagar, não necessariamente os que gostam mais do artista. Sob a alegação de conforto, quase nunca cumprido, preços exorbitantes que nos últimos dois anos oscilaram de 700 a 1.680 reais, são praticados para atender uma demanda que existe e nem por isso é justa.

Se o Rage Against The Machine, com o seu socialismo de boutique, conclamou à burla da mureta que separava as áreas do SWU – embora tenha se submetido à imposição do festival – nada soou mais justo e agradável aos fãs brasileiros nos últimos tempos que o anúncio do show da banda irlandesa U2, em abril de 2011, no estádio Morumbi, em São Paulo.

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Sem área vip, por exigência contratual, e com ingressos mais baratos próximos ao palco, um bom exemplo será dado quando, por esforço próprio, o de correr quando os portões do Morumbi se abrirem, cada fã se acomodar onde melhor lhe aprouver.

Ainda assim, é inútil esperar que a iniciativa da banda na atual turnê 360º se torne regra no Brasil. As produtoras não arredam o pé dos preços e do lastimável cercadinho. Inclusive a Time For Fun, que trará o show. “Nunca vamos abolir a área vip. Ela existe no mundo inteiro”, foi o que a empresa alegou a reportagem do site de VEJA. A exceção será revogada assim que o grupo deixe o país.

Outras modalidades – Se não abrem mão da área vip colada ao palco, as produtoras de grandes shows no Brasil poderiam ao menos deslocá-la para a lateral, como o festival Planeta Terra, que aconteceu no último dia 20 de novembro, em São Paulo, ou, como no caso do Rock in Rio IV, que acontecerá em setembro e outubro de 2011 no Rio de Janeiro, numa área distante do gramado.

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Não há, entre os ouvidos pelo site de VEJA, que fogem do assunto, a menor disposição nesse sentido. Sob a alegação da demanda que esgota ingressos em questão de horas, como uma aceitação tácita da prática e dos preços cobrados, é melhor aproveitar o grandioso palco do U2 e, mesmo se não for muito fã, assistir ao espetáculo nas pernas de Bono Vox, para se sentir justiçado uma vez na vida.

Resignação ou boicote – Com o impasse criado por quem não pretende abolir o formato, só resta ao público duas opções: a resignação ou o boicote. Dada a oferta cada vez maior de grandes shows no Brasil, é improvável que a segunda surta algum efeito, inclusive porque são poucos os que querem perder a vinda dos seus ídolos e a oportunidade, caso possa pagar, de vê-los de perto, submetendo-se aos preços abusivos.

Por isso, depois de gastar os tubos na turnê Up And Coming do ex-beatle Paul McCartney no Brasil, cujos ingressos da área vip custavam 700 reais e ainda foram colocados à venda, primeiro, para clientes de um banco patrocinador, é bom separar o que pode ser gasto já no começo de 2011 com os shows da inglesa Amy Winehouse ou do roqueiro Ozzy Osbourne, com pistas vip em São Paulo que vão de 600 a 700 reais. Haja dinheiro. Haja injustiça.

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