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Sinal de chamada não indica que celulares de passageiros de voo desaparecido estejam tocando

Som ouvido por familiares em ligações para pessoas a bordo do voo MH370 apenas sinaliza tentativa de conexão por meio da rede da operadora

Por Claudia Tozetto
12 mar 2014, 15h46

O mistério do voo MH370 da Malaysia Airlines aumentou após familiares dizerem os celulares dos passageiros continuvam tocando mesmo depois do desaparecimento do avião. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo site de VEJA, o som ouvido pelos familiares não indica que os celulares dos desaparecidos estejam, de fato, recebendo as chamadas.

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Os celulares se conectam à rede da operadora por estações rádio base (ERB). Quando uma pessoa faz uma ligação, a solicitação é enviada a ERB mais próxima e a central telefônica da operadora direciona a chamada para outra ERB, localizada na região onde está o celular de destino. Quando os dois aparelhos estão conectados à rede, então a central telefônica completa a chamada.

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O som emitido para quem faz a ligação, enquanto a conexão não é estabelecida com o outro celular, é apenas um sinal para indicar que a operadora está tentando localizar o aparelho. Às vezes, um tom intermitente é ouvido antes, o que indica que a central telefônica ainda não processou a solicitação do usuário. No caso de celulares distantes entre si, a ligação passa por várias centrais telefônicas até encontrar a ERB a que o celular de destino está conectado. Com isso, o usuário pode ouvir vários toques antes de a central completar a ligação.

“A central telefônica emite tons de chamada só para o usuário não ficar esperando sem escutar nada”, diz Carlos Nazaré Motta Marins, vice-diretor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). Dependendo da rede da operadora, quem faz a ligação também pode ouvir um ou dois toques antes de ser direcionado à caixa postal, quando o celular está desligado ou fora da área de cobertura. Isso pode criar a falsa sensação de que a ligação foi recebida pelo aparelho, mas ignorada pelo destinatário.

O som ouvido pelos familiares não dá pistas sobre a situação atual dos celulares dos desaparecidos. Como se trata de um voo, os passageiros podem ter desligado boa parte deles ou acionado o modo avião antes da decolagem. Neste caso, mesmo que estejam intactos, eles não teriam condições de se conectar à rede da operadora. Após quatro dias, a bateria de muitos deles também pode ter se esgotado.

“Mesmo que o aparelho esteja funcionando, ele precisa estar próximo a uma ERB, instalada pela operadora em terra”, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. As ERBs cobrem um raio máximo de até dez quilômetros, sem nenhum obstáculo, mas a maioria é configurada para uma distância menor. “Se os celulares estiverem localizados a uma distância maior que esta, então a conexão com uma rede celular é impossível”, diz Tude.

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Localização do avião – Segundo Marins, do Inatel, isso não impede que as operadoras da região tentem ajudar nas buscas. Elas precisam ter acesso a uma lista com os números de todos os passageiros. O sistema de gestão, que controla as centrais telefônicas, também deve ser capaz de identificar os números de celulares que enviam sinais às ERBs por meio de um canal de serviço, que fica ativo mesmo quando o aparelho está em modo de espera. Este canal permite que a operadora saiba, com antecedência, a qual ERB cada celular ativo na rede está conectado.

“É possível que algum desses aparelhos esteja conectado, mas a operadora não saiba que ele é de um passageiro do voo”, diz Marins. Com informações sobre o número dos passageiros e este software, a operadora pode ter condições de determinar a localização aproximada de algum aparelho conectado à rede e, por consequência, do avião. Nos últimos dias, familiares dos desaparecidos entregaram os números dos celulares para as autoridades, mas não há informações sobre as ações das operadoras locais para colaborar nas buscas pelo voo desaparecido.

O Boeing 777 da Malaysia Airlines desapareceu com 239 pessoas (227 passageiros e doze tripulantes) a bordo no último sábado, quando voava de Kuala Lumpur para Pequim. Apesar dos esforços das equipes de busca e dos trabalhos conjuntos de diversos países, nenhum sinal do avião foi encontrado até o momento.

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