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Google troca ‘Caps Lock’ por tecla de busca

Notebook Cr-48 Chrome, apresentado esta semana, levanta a polêmica: o recurso para travar o modo maiúsculo do teclado ajuda ou atrapalha?

Por Paula Reverbel
11 dez 2010, 09h55

O Google apresentou ao mundo esta semana um modelo experimental de notebook, o Cr-48 Chrome, que roda um novo sistema operacional, o Chrome OS. Baseado na computação em nuvem, o aguardado Chrome OS preserva documentos, arquivos e configurações na rede mundial de computadores e também sincroniza favoritos, extensões e aplicativos. Tudo muito interessante – mas isso era o que se podia esperar do sistema operacional do Google. O que intrigou parte da imprensa especializada foi um detalhe do laptop: sumiu o “Caps Lock”, a tecla que trava e destrava o modo maiúsculo de texto. Em seu lugar, apareceu um botão que funciona como um atalho para buscas, a “Search Key”.

“Esperamos que isso melhore a qualidade dos comentários na web”, disse Sundar Pichai, o gerente-líder de produto para o Chrome, durante a apresentação do Cr-48. Pichai faz referência a certa regra da etiqueta on-line, pela qual usar o “Caps Lock” equivale a berrar. Foi o que descobriu a apresentadora Xuxa Meneghel, em sua breve passagem pelo Twitter, antes de se indispor com outros usuários: “EU NÃO ESTOU GRITANDO, NEM QUERO SER MAL EDUCADA, GALERA”, postou. “É O MEU JEITINHO!”.

O recurso da tecla “Caps Lock” é um resquício das antigas máquinas de escrever. Em muitas delas, alternar entre maiúsculas e minúsculas era a única maneira de enfatizar um determinado trecho do texto. A limitação continuou nos primeiros computadores, que funcionavam com uma única fonte tipográfica, um mesmo tamanho e sem opção de cor, negrito ou itálico. No início dos anos 80, a americana IBM introduziu o “Caps Lock” em um de seus PCs, em função da popularidade do recurso no meio empresarial, e a tecla chegou a sua posição atual.

Alguns usuários não se conformam e fazem campanhas contra a tecla. A organização belga CAPSoff.org e a sueca AnticAPSLOCK.com apontam que o botão já perdeu utilidade e continua ocupando uma posição nobre do teclado – à esquerda da letra A, em geral. Argumentam que o uso mais comum do “Caps Lock” é acidental, o que obriga o usuário a reformatar o texto ou repetir a digitação.

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Mas também existem as campanhas em defesa do “Caps Lock”. Aqueles que entraram no Twitter em 22 de outubro se depararam com diversas mensagens em caixa alta comemorando o Caps Lock Day. Para estes, o Google está dificultando a vida de quem segue outra regra de etiqueta, estreitando as opções do usuário, padronizando a comunicação e, de quebra, promovendo descaradamente o seu próprio negócio de buscas, já que a função desta “Search Key” se resume a abrir um nova aba do navegador, o que hoje, para usuários do Windows, pode ser feito por meio da combinação de teclas CTRL + T.

Em meio à polêmica, veio a público um irônico manual do Cr-48 Chrome. Ele garante vida longa ao “Caps Lock”, mas aproveita para alfinetar seus adeptos: “Se você realmente precisa da tecla ‘Caps Lock’ para postar um COMENTÁRIO PERSPICAZ NO YOUTUBE, clique na chave de fenda, depois em Configurações, selecione a opção Sistema…”.

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