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Órgão brasileiro de prevenção a ciberataques só começa a funcionar no segundo semestre

Núcleo do Exército será responsável pela proteção de redes governamentais e da infraestrutura de informação do país

Por Renata Honorato
23 jun 2011, 20h52

O órgão de estado que terá a função de prevenir o governo e o Brasil contra ciberataques como os ocorridos nesta semana só entrará em operação no segundo semestre do ano. O Núcleo do Centro de Defesa Cibernética, ligado ao Exército, e portanto subordinado ao Ministério da Defesa, capacitará os profissionais que deverão garantir a segurança em ambientes virtuais militares e governamentais. Também poderá zelar pela infraestrutura de informação do país. Contudo, ainda está em implantação.

De acordo com a assessoria de imprensa do Exército, por ora, o núcleo não conta com equipe definitiva ou equipamentos. Dessa forma, não pode realizar o monitoramento on-line adequado no país. No futuro, contará com aproximadamente cem militares, instalados em um prédio nos arredores de Brasília. Vai integrar as ações de defesa eletrônica do Exército, Marinha e Aeronáutica e será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de armas digitais e centro de tratamento de incidentes.

O núcleo deverá unificar os serviços de proteção aos sistemas do governo, atualmente descentralizados. Os sites da Presidência, governo e Receita, por exemplo, estão sob os cuidados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Já o endereço eletrônico do Ministério do Esporte fica sob responsabilidade da própria pasta. A Petrobras, empresa privada controlada pela União, cujo site também foi alvo de ataque, possui igualmente um departamento próprio que responde pela segurança da companhia na rede.

A proteção preventiva prometida pelo núcleo do Exército de fato é necessária. “Um ataque de grupos crackers como Anonymous pode ter sérias consequências”, diz Routo Terada, professor titular do departamento de computação da Universidade de São Paulo (USP). Entre elas, aponta o especialista, está o vazamento de dados confidenciais de cidadãos ou do próprio governo. “Por enquanto, sites públicos são alvos relativamente fáceis à ação dos criminosos.”

Um ataque dessa magnitude ainda não ocorreu. Nesta quarta e quinta-feira, endereços eletrônicos da Presidência, governo federal, Senado, Ministério do Esporte foram tirados do ar devido a ações dos crackers. Páginas da Petrobras e Receita Federal também foram atacados, mas resistiram. Em nenhum dos casos, segundo as autoridades, houve furto de dados.

As investidas são reivindicadas pelo grupo autointitulado LulzSecBrazil, uma espécie de franquia do LulzSec que atua em outros países. Pela plataforma de bate-papo da internet IRC, crackers recrutaram simpatizantes com a finalidade de iniciar as ações contra endereços eletrônicos do governo. Ele utilizam o ataque de negação de serviço (DDoS, na sigla em inglês), pelo qual milhares de computadores infestadas com vírus tentam acessar, ao mesmo tempo, o endereço que pretendem derrubar. Em geral, o site não suporta a sobrecarga e sai do ar.

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Os crackers justificam a investida da seguinte forma: “O LulzSecBrazil quer, com suas ações, combater a corrupção no Brasil”, diz um membro do grupo. Ninguém nega que a corrupção seja um vírus nacional terrível. Mas lançar outra praga na internet, capaz de tirar do ar sites públicos que prestam serviços à população, definitivamente não resolve o problema.

Leia também:

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(Com informações da Agência Estado)

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