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A hora e a vez dos ‘indie games’

Com faturamento anual de 90 bilhões de dólares, mercado independente de jogos eletrônicos cresce no mundo e garante espaço para títulos 'cabeça'

Por Renata Honorato
6 mar 2012, 16h38

A Game Developers Conference (GDC), que acontece nesta semana, em São Francisco, nos Estados Unidos, é famosa por reunir desenvolvedores de jogos ligados a gigantes do setor de entretenimento digital e também profissionais do mercado independente. Ao longo de cinco dias, programadores e designers de games trocam experiências através de painéis e mostram versões de jogos beta que serão lançados nos próximos meses. Considerado o evento mais importante do mundo para a comunidade de desenvolvimento, a GDC aponta tendências para os anos que virão. Não é de se estranhar, portanto, que a quantidade de representantes independentes tenha crescido exponencialmente nos últimos anos, tendo em vista a boa entrada que os títulos alternativos têm registrado no mercado.

Esses jogos não têm por trás grandes produtoras, não estão presentes nas grandes feiras do mundo e não contam com celebridades para promovê-los, mas faturam milhões graças às novas plataformas de distribuição on-line. É o caso de Minecraft, que já foi baixado por mais de 5 milhões de pessoas. O preço médio do título, que varia de gadget para gadget, é de 20 dólares. As estatísticas levam a crer que o jogo tenha faturado ao menos 100 milhões de dólares.

Minecraft foi desenvolvido pelo sueco Markus “Notch” Persson e lançado oficialmente em novembro de 2011. Nele, o jogador constrói cenários a partir de blocos tridimensionais a fim de criar um ambiente propício à vida. Atualmente, o jogo está disponível nos sistemas iOS, da Apple (Mac, iPhone, iPod, iPad); Android, do Google; e PC. Neste ano, Minecraft chega também à PSN, a rede on-line do PlayStation 3 (Sony), e à Xbox Live, a rede on-line do Xbox 360 (Micropsoft).

A exemplo do que ocorre no cinema independente, é no setor de jogos alternativos, conhecidos como indie games, que surgem os títulos mais ousados e mais repletos de referências. Como não há uma distribuidora por trás dos desenvolvedores criando padrões ou impondo regras, os designers se sentem livres para adequar seus projetos às suas preferências. Daí, surgem os “jogos cabeça”, uma curiosa analogia ao cinema cult (os “filmes cabeça”), que, embora retratem assuntos complexos ou façam referência a artes plásticas, literatura e música, encontram seu público. Continue a ler a reportagem

Não há números oficiais acerca do faturamento do setor de indie games, mas, segundo a empresa de consultoria Price Water House Coopers, a indústria como um todo deve faturar, em 2014, cerca de 86 bilhões de dólares. Como grande parte dos estúdios de desenvolvimento é independente, a expectativa é que o crescimento seja muito favorável para a fatia alternativa do mercado nos próximos dois anos.

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De acordo com Richard Wilson, presidente da associação comercial da indústria de games na Grã-Bretanha (Tiga, em inglês), há na região 329 estúdios de desenvolvimento, a maioria independentes. Já nos Estados Unidos, mais de 600 estúdios apostam no circuito indie. São esses profissionais, explica Wilson, os responsáveis por popularizar importantes tendências e, consequentemente, renovar o mercado. “Tradicionalmente, os jogos sempre foram desenvolvidos para consoles. Nos últimos anos, contudo, muitos títulos foram produzidos para celulares, smartphones, tablets e browsers. Esse movimento fez com que ocorresse um ‘boom’ no número de jogos sociais, na quantidade de games adaptados para navegadores, na popularização dos títulos on-line e no surgimento de jogos casuais para PC, que visam atender uma parcela da população ainda pouca familiarizada com os games tradicionais”, diz o executivo.

Para Wilson, há ainda outra razão para o setor independente estar vivenciando crescimento. “O custo do desenvolvimento de jogos caiu muito nos últimos anos. Um game para celular ou tablet, por exemplo, pode ser desenvolvido por 200.000 libras, já um jogo para console vai exigir um investimento de, aproximadamente, 15 milhões”, afirma.

No Brasil, essa ebulição criativa na área de desenvolvimento de jogos também é notável. De norte ao sul do país, programadores e designers se reúnem para criar títulos capazes de levar para o exterior um pouco da cultura local, sempre alheia ao mercado global de entretenimento eletrônico. No último Simpósio Brasileiro de Games (SBGames), realizado em novembro de 2011, o grande destaque foi Xilo (confira na lista acima), um jogo produzido por uma equipe da Paraíba e inspirado na xilografia, na literatura de cordel e no baião. Já no IGF, o mais importante festival de jogos independentes do mundo, foi o brasileiríssimo Toren que recebeu menção honrosa. O título, que segue em desenvolvimento no Rio Grande do Sul, é alvo de investidores americanos e recebeu propostas de distribuidores internacionais.

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